Resposta imunológica é melhor com 12 semanas e proteção contra variante Delta é maior que 70% já com a D1
A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), fabricante no Brasil do imunizante AstraZeneca, contra a Covid-19, posicionou-se favorável à manutenção do intervalo de doze semanas entre a aplicação da primeira e a segunda dose, atualmente adotado pelo Ministério da Saúde.
A posição, afirma a Fiocruz, “considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior”. Adicionalmente, complementa, “o regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas”.
Até o momento, afirma, “a vacina produzida pela Fiocruz tem se demonstrado efetiva na proteção contra as variantes em circulação no país já com a primeira dose”. Em relação à variante Delta, a Fundação baseia-se em dois estudos que apontam efetividade maior que 70% já com a D1.
Um deles, feito pela agência de saúde do governo britânico, publicada em junho, verificou 71% de efetividade após a primeira dose e 92% após a segunda para hospitalizações e casos graves. No Canadá, outro estudo mostrou efetividade de 88% contra hospitalização ou morte, para a variante Delta, com a D1.
Com esse posicionamento, a Fiocruz reforça as orientações do Plano Nacional de Imunizações (PNI) da pasta federal e da Nota técnica conjunta publicada nessa terça-feira (13) pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Conforme noticiado pela Agência Brasil, as entidades destacam que o prazo de 12 semanas é recomendado também pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para países como o Brasil, que ainda convivem com alta incidência de casos e restrições no acesso à vacina, sendo necessário ampliar ao máximo a cobertura com a primeira dose.
A Nota Técnica também faz referência aos estudos do Canadá, além da Inglaterra e Escócia, este, evidenciando que a primeira dose mostrou efetividade de 88% contra hospitalizações, no caso da AstraZeneca, e de 81% no caso da Pfizer, ambas observadas 34 dias após a aplicação da D1.
No Espírito Santo, o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, que é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde Conass), reduziu o prazo de intervalo para 70 dias e, assim como a recente nota técnica da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC), reivindica o prazo de 60 dias. Nesta semana, o pedido foi reforçado em reunião do Fórum de Governadores com o ministro Marcelo Queiroga, porém, a alteração foi negada.