O governador Renato Casagrande anunciou, nesta sexta-feira (16), duas alterações nas medidas restritivas de combate à Covid-19 no Estado. Uma é a obrigatoriedade do retorno das aulas presenciais a partir de 26 de julho, com rodízio diário de alunos, e não mais semanal, como é feito atualmente. A outra foi o aumento da capacidade de pessoas em eventos sociais, como casamentos e aniversários.
No revezamento diário, um grupo de estudantes comparecerá às aulas nas segundas, quartas e sextas. Outro, nas terças e quintas. O grupo que compareceu três vezes em uma determinada semana, comparecerá duas na outra, e vice-versa. O anúncio não foi bem recebido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes).
O diretor da entidade, Paulo Loureiro, afirma que a entidade defende que a obrigatoriedade do retorno presencial deve estar condicionada à aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 em todos os trabalhadores da educação, “como preconiza a ciência”. O sindicalista acredita que até meados de agosto, a imunização desses profissionais chegará a 100%. Para ele, a gestão estadual cede à pressão das escolas particulares.
O governador afirma que a recomendação é que os municípios sigam a decisão do governo do Estado. Vitória, por exemplo, anunciou nessa quinta-feira (17) o mesmo esquema de revezamento diário informado pela gestão estadual, com início em 20 de julho e dois de agosto, dividindo os estudantes em dois grupos. A iniciativa também é criticada pelo grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix).
O diretor executivo da Pad-Vix, Aguinaldo Rocha de Souza, acredita que as constantes mudanças no esquema de rodízio prejudicam as famílias e as unidades de ensino. De acordo com ele, as famílias se organizam dentro de uma determinada realidade, e quando ela muda, é preciso alterar toda a rotina. Quanto às unidades de ensino, Aguinaldo afirma que, com o rodízio semanal, algumas famílias se confundem e enviam os filhos na semana errada. Com o diário, acredita, a situação pode piorar. “O que a escola vai fazer quando aparecer aluno que não é para estar lá naquele dia?”, questiona.
Casagrande afirma que estão sendo feitos diversos investimentos na educação, como na questão da infraestrutura das unidades de ensino. Essa área, destaca, terá uma atenção especial, junto às de assistência social e segurança pública, que acredita serem as mais prejudicadas durante a pandemia. “Na assistência, por exemplo, percebemos que as pessoas em vulnerabilidade social foram as que mais empobreceram”, relata.
Eventos Sociais
Quanto aos eventos sociais, atualmente é permitida a realização somente com limite de 300 pessoas ou uma a cada 5 m². A partir de agosto, as regras mudam, permitindo até 50% da capacidade do espaço, com limite de até 600 convidados. Em eventos com mais de 300 pessoas, será necessária lista de presença e apresentação do cartão de vacinação com, pelo menos, a primeira dose da imunização contra Covid-19, ou exame de Covid negativo, feito há, no máximo, 48 horas.
Números
Renato Casagrande afirmou que a Taxa de Transmissão (RT) no Espírito Santo, na Grande Vitória e interior é menor do que um. A média móvel de óbitos nos últimos 14 dias é de 11. O índice de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com base nos leitos potenciais, ou seja, aqueles criados para atender pacientes com Covid, é de 39%.