Entidades de todo Brasil denunciam o descaso do governo Bolsonaro com a educação
Na próxima quarta-feira (11), Dia do Estudante, entidades ligadas ao Movimento Estudantil em todo o País estarão em mobilização com a bandeira “Vida, Pão, Vacina e Educação”. No Espírito Santo, diretórios, grêmios e coletivos também planejam atos contra os cortes orçamentários e os constantes ataques aos direitos dos estudantes.
Em Vitória, um ato será realizado na Praça Costa Pereira, no Centro. O início da programação está previsto para às 17 horas. Durante a mobilização, o uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento é obrigatório.
“O governo Bolsonaro se colocou como inimigo número um da educação brasileira, atacando as universidades e também os estudantes. Nesse momento, é preciso nos manter organizados em nossos coletivos e mobilizando cada vez mais pessoas na defesa do direito à educação e à soberania nacional”, ressalta Karini Bergi, diretora de Comunicação e Cultura do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (DCE/Ufes).
Nessa terça-feira (3), representantes estaduais de organizações como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE), de grêmios e do DCE/Ufes se reuniram para definir a programação capixaba. Mobilizações simbólicas com panfletagens, atos culturais e científicos estão previstos.
Nesse sábado (7), a UNE vai realizar uma plenária nacional para organizar os atos do dia 11. “É momento de reivindicar as nossas pautas enquanto estudantes, de não deixar dormir quem não nos deixa sonhar com um futuro melhor. Eu acho que é isso que está em jogo nesse momento”, declara Karini.
Ao longo dos anos, o dia 11 de agosto foi marcado pela comemoração das conquistas históricas na educação nacional. Em um contexto de precarização e constantes ataques, a data se torna, porém, um espaço para reforçar a luta dos jovens brasileiros. É o que ressalta o diretor de acesso ao ensino superior da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Espírito Santo, Raphael Reis.
“É importante mostrar que o movimento estudantil continua atual, pensando e olhando para as coisas que estão acontecendo aqui e agora […] Hoje é luta, é resistência, é mobilização na base, porque a gente vê que, principalmente as universidades federais, as escolas estaduais estão sendo atacadas, sucateadas”, declara.
Karini aproveita para resgatar uma frase de Paulo Freire, inspiração para o movimento estudantil brasileiro, que completa seu centenário este ano. “Nosso patrono diz que ‘se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda’. Então, para derrotar Bolsonaro, esse projeto de desmonte, de retrocesso, de privatização que nos priva de tudo, esse projeto de morte que não serve aos interesses do povo brasileiro, se faz necessário, mais do que nunca, unidade na defesa da educação”, enfatiza.
No Espírito Santo, os cortes do governo federal já produzem impactos nos auxílios estudantis. Em junho, uma carta aberta aos alunos da Ufes anunciou que 33% dos estudantes em condições de vulnerabilidade socioeconômica poderiam deixar de ser atendidos pela assistência da universidade.
De acordo com Karini, o DCE constrói uma campanha permanente em defesa da assistência estudantil. Com o título “Quem entrou quer ficar”, a mobilização reivindica a garantia da permanência dos alunos no ensino superior. “Não podemos permitir que, através dos cortes, expulsem estudantes pobres e negros das universidades”, aponta Karini.
Calendário de Lutas e atos
O Dia do Estudante é uma das datas previstas no calendário de mobilizações da Campanha Fora Bolsonoro, que reúne movimentos sociais pelo Brasil. Depois, no dia 18 de agosto, entidades de classe realizarão a Greve Nacional do Setor Público. O ato combate a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, que estabelece a reforma Administrativa.
Servidores municipais, estaduais e federais entrarão em greve por 24 horas em protesto às privatizações e em defesa de um auxílio emergencial de R$ 600. Os atos também reivindicam emprego e vacina para todos.
Já no dia 7 de setembro, será realizada o quinto protesto Fora Bolsonaro. Os atos também marcarão a 27ª edição do Grito dos Excluídos. Em Vitória, a concentração será na Praça Getúlio Vargas, no Centro, às 8h30, de onde os participantes seguirão rumo à Câmara de Vitória.