Visita de Doria ao ES levanta perguntas: de quem será o apoio dos capixabas nas prévias e qual o peso da executiva, ainda à míngua?
Com investimentos pesados na campanha interna do PSDB para atingir o objetivo principal de disputar a Presidência da República em 2022 como oposição a Jair Bolsonaro e representante de uma terceira via, o governador de São Paulo, João Doria, tem no radar nesta semana visitas a quatro estados, entre eles o Espírito Santo, ampliando uma agenda iniciada em julho atrás de votos de filiados e políticos do partido com mandato para as prévias de 21 de novembro. O tucano chega para esses lados bem depois de seu principal concorrente, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que se reuniu com a militância há dois meses e, da mesma forma, circula País afora para consolidar seu nome. Leite saiu daqui sob elogios, exaltados pelo presidente estadual da legenda e deputado estadual, Vandinho Leite, que é bolsonarista, mas nos últimos tempos de alinhou a Renato Casagrande (PSB), quem assina junto com Doria várias notas de protestos contra o presidente e medidas da gestão federal. A visita ao Estado, marcada para esta sexta e sábado (20 e 21), levanta perguntas: quem terá o apoio do PSDB-ES na eleição interna, que conta ainda com dois outros concorrentes, o senador do Ceará, Tasso Jereissati, e o ex-prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio Neto? E, principalmente, qual será o peso disso, considerando que a executiva estadual vem há anos em processo de desidratação, ainda sem conseguir recuperar o fôlego e o tamanho no Espírito Santo? A conferir!
Fatias
Na balança de votos da prévia nacional do PSDB, prefeitos e vices-prefeitos têm 25% na votação; filiados sem cargo eletivo 25%; vereadores e deputados estaduais 25%; e governadores, vices, deputados federais, senadores e ex-presidentes do partido outros 25%.
Divisão
O novo formato, dando maior peso a quem tem mandato, impôs derrota a Doria. Com domínio do PSDB e prefeituras de São Paulo, o governador tucano defendia que todos os filiados tivessem o mesmo tamanho na votação.
Espaços
Por aqui, o PSDB não tem senador nem deputado federal. Na Assembleia, são três: Vandinho, Marcos Mansur e Emílio Mameri. Nas eleições de 2020, só elegeu quatro prefeitos, 10 a menos do que em 2016.
Espaços II
Dos vitoriosos, dois foram reeleição: Edson Magalhães, em Guarapari, e Daniel da Açaí, em São Mateus, norte do Estado. Os outros Kleber Medici, em Santa Teresa, e Marcos Guerra, em São Roque do Canaã.
Espaços III
Já de vereador, nos principais municípios da Grande Vitória, só emplacou cadeiras em Vila Velha, com Osvaldo Maturano e Weber da Segurança, e na Serra, com Raposão e Fred.
Fora
Lideranças conhecidas do mercado político, hoje sem mandato pelo PSDB: o ex-prefeito de Vila Velha, Max Filho, derrotado à reeleição em 2020 e hoje presidente estadual do Instituto Teotônio Vilela (ITV); o ex-vice-governador César Colnago, derrotado à Câmara dos Deputados em 2018; e Luiz Paulo Vellozo Lucas, que retornou à legenda ano passado e foi vetado de disputar a Prefeitura de Vitória.
Dados divulgados recentemente pela Folha de S. Paulo apontam que o PSDB tem ao todo, no País, 541 prefeitos, 4.366 vereadores, 72 deputados estaduais, 33 federais, sete senadores e 1,36 milhão de filiados.
Números II
Doria se sobressai em São Paulo, onde estão 201 prefeitos, 4,3 mil vereadores, além de 72 deputados estaduais, 33 federais, dois senadores e 300 mil filiados. Já Eduardo Leite seria mais forte entre parlamentares de outros estados e segmentos como o PSDB Mulher e Juventude.
Colnago, como se sabe, andou manifestando por aí interesse em disputar o governo no próximo ano, incluindo reuniões na Nacional e com o próprio Doria. O PSDB terá palanque único, para sustentar o projeto da Presidência, ou apoiará a reeleição de Casagrande?
Projetos
Max Filho, por sua vez, se coloca como candidato à Câmara dos Deputados, enquanto Luiz Paulo ainda é uma incógnita para 2022. Lembrando…
Projetos II
Na visita de Eduardo Leite, o presidente do ninho tucano, Vandinho, convidou para se filiar à legenda o deputado estadual Sergio Majeski, de saída do PSB, e o federal Felipe Rigoni, que também era do partido e saiu após autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se tiver êxito e dependendo da amarração com Casagrande, o jogo estadual pode mudar, já que os dois manifestam interesse em disputar o Palácio Anchieta.
Nas redes
FALE COM A COLUNA: