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​Entrevista hoje

Para homenagear Carlos Tourinho, republico uma antiga entrevista

Nota Introdutória

“Já fazem dois anos que perdemos nosso valoroso colega de imprensa num trágico acidente no mar. Quando trabalhando juntos, ele pediu que fizesse uma entrevista e que fosse publicada no Seculo Diário. Fiz, o assunto interessante. Para homenageá-lo, republico tal entrevista, já que ele não está mais no meio da gente. Uma justa homenagem”.

Raramente recorro ao expediente de fazer entrevista virtual aqui neste espaço, somente para casos raros e especiais. O que o jornalista tarimbado Carlos Tourinho fez merece este desvio de conduta da coluna. A entrevista é sobre sua tese concluída em Portugal.

Tourinho, sua tese fala diretamente sobre interação em um jornalismo praticado em telejornais nos dias de hoje…

Quando surgiram as primeiras notícias sobre a implantação da TV digital terrestre (TDT – via ondas hertzianas) em vários países do mundo, falou-se muito das vantagens para o telespectador: melhor imagem e som, mobilidade, portabilidade e…interatividade. O que me propus a fazer foi identificar se a promessa da interação/interatividade estaria sendo cumprida no âmbito dos telejornais. Por que telejornais? Porque uma coisa é você dar voz ao telespectador numa transmissão de futebol, num programa musical, e outra é dar poder ao telespectador de interferir ou questionar as notícias. O jornalismo é o principal cartão de visita de uma emissora de televisão. É ali que a emissora diz ao seu público quem é, o que pretende, e se é ou não confiável. Portanto, interação/interatividade no jornalismo significa compartilhar poder, estimular a autonomia e a cidadania de seus telespectadores. Foi isso que nos propusemos a entender e verificar. De certa forma, quando das manifestações de junho de 2013, os jovens questionaram os políticos e os meios de comunicação neste sentido: são ou não representativos da população? Porque tomam para si a palavra final? Por que não ouvem o cidadão? A “interação” contribui neste sentido.

Você, em dado momento, chama seu estudo de “investigação”. Toda tese é uma investigação ou seu estudo foi um trabalho ímpar de análise?

Toda tese é uma investigação. Assim como no campo policial (onde o termo é mais difundido), a ciência prescinde da investigação para certificar a autenticidade das hipóteses levantadas. Não basta ter uma opinião, “achar” alguma coisa. Um trabalho científico – e uma tese é um trabalho científico – deve ser construído a partir de estudos teóricos e empíricos. O pesquisador (ou investigador) precisa mostrar em detalhes como chegou a uma conclusão. Precisa provar isso!

Você dividiu essa sua tese de três anos e meio de estudos em duas partes: Uma envolve o próprio desenvolvimento da televisão, inclusive com sua crescente dependência tecnológica, e a segunda se baseia na interatividade do telespectador com os canais, inclusive, com aqueles que você trabalhou. É isso?

A primeira parte é teórica. Fala do desenvolvimento da televisão e do telejornalismo ao longo da história. Esta parte também aborda os diferentes entendimentos atribuídos aos conceitos “interação e interatividade”, que são conceitos próximos, porém diferentes. A segunda parte da tese é a empírica. É onde, a partir de uma metodologia própria, faço a pesquisa prática (a investigação!), analisando seis telejornais (os três principais do Brasil e o mesmo número em Portugal) ao longo de três anos. É aí que vou identificar se estes telejornais praticam ou não a interação com seus telespectadores. Depois tiro minhas conclusões.

Conta aí porque de Portugal, caso possa resumir (riso)…

Escolhi trabalhar meu tema no Brasil e em Portugal por alguns motivos. Primeiro porque sou brasileiro e, naquele momento, morava e estudava em Portugal. Segundo porque considero que estes dois países representam uma espécie de síntese do mundo ocidental: velho/novo mundo; Europa/América; primeiro mundo/ emergente; colonizador/colonizado; referências e influências europeias/referências e influências norte-americanas. Em comum, o fato de Brasil e Portugal possuírem laços históricos no período Colonial, um passado com marcas do autoritarismo e uma duradoura amizade entre seus povos.

Qual a sensação do dever cumprido e o que acontecerá com sua tese agora?

A sensação é maravilhosa pelo alívio de ver o trabalho concluído, pela oportunidade do aprendizado e pela possibilidade de ter contribuído para o avanço das pesquisas nas Ciências da Comunicação. Agora espero uma convocação para retornar a Portugal no final deste ano, com o objetivo de uma apresentação pública da tese e uma sabatina com professores de várias universidades europeias. Só depois disso receberei o título. Na sequência penso em publicar a pesquisa. O problema é o tamanho: foram cerca de 450 páginas.

PARABÓLICAS

Fábio Pirajá e Luis Claudio Silva retomaram as entrevistas no seu Estúdio Digital, recebendo grandes nomes da comunicação do ES.

Miguel Roldan, desde que colocou sua Cidade FM no ar em Nova Venécia,
diminuiu sua vinda à Capital. Muitos afazeres lá.

Bateu lembranças da Rádio Capixaba de Jairo Maia, Izaias Marques, Guilherme Amorim, Zata, Aylor, Esmael Bezerra…

Falar em capixaba, alguns atletas despontaram nas Olimpíadas, com nomes citados direto nas coberturas. Exemplo: Mamute e o Pombo.

MENSAGEM FINAL
Não é porque as coisas são difíceis que não as desafiamos; é por não sermos corajosos que elas são difíceis. Seneca

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