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Conselho Universitário tentará votar ensino híbrido na Ufes mais uma vez

Assunto está na pauta da reunião marcada para essa terça-feira, mas ainda não há consenso

A retomada de parte das atividades presenciais na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em formato híbrido pode ser discutida nessa terça-feira (31). Após tentativas de discutir o retorno em julho, o tema retornou à pauta do Conselho Universitário. Entre alunos, professores e servidores, não há consenso sobre a decisão, que provocaria a retomada das atividades presenciais no próximo semestre letivo, previsto para iniciar no dia 3 de novembro.

Caso a proposta realmente seja discutida, os conselheiros irão avaliar a possibilidade de passagem da Fase 2, atualmente em vigor, para a Fase 3 do Plano de Contingência da Ufes. Nessa próxima etapa, o retorno presencial dos estudantes seria escalonado juntamente com o Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte).

Na última sexta-feira (27), a universidade capixaba divulgou um documento com o título “Diretrizes Gerais de Migração Para a Fase 3 do Plano de Contingência da Ufes”. Trata-se de um conjunto de informações sobre os encaminhamentos administrativos para a transição, baseado em todos os relatórios relacionados ao Plano de Contingência e ao Plano de Biossegurança da instituição.

O texto foca principalmente nos detalhes do funcionamento dessa próxima fase na universidade. De acordo com o documento, nenhuma norma da instituição propõe o sistema híbrido com oferta presencial de todas as disciplinas curriculares.

“Ao contrário, o ensino híbrido referenciado pelos órgãos colegiados da Ufes, pela Administração Central e pelos documentos institucionais, é restrito à carga horária prática das disciplinas teórico práticas e práticas que requeiram laboratórios especializados e trabalhos de campo, em consonância com as possibilidades de sua oferta”, destaca o relatório.

O documento divulgado também explica o monitoramento que a instituição tem feito da cobertura vacinal dos trabalhadores em educação e dos estudantes que moram no Espírito Santo. O acompanhamento se baseia nos dados divulgados pelo Governo do Estado, por meio do Painel Covid-19, e nos números do Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes), que apontam queda nas taxas dos indicadores epidemiológicos da Covid-19.

“Também acompanhamos com atenção o processo de vacinação dos trabalhadores em educação – docentes, técnico-administrativos e pessoal terceirizado, bem como dos estudantes. O Painel Covid do Governo do Estado, permite projetar que entre setembro e outubro, a maioria dos trabalhadores da educação já esteja vacinado com a segunda dose. Registra-se que a partir do presente mês de agosto, o Estado deu início à vacinação da 1ª dose nos jovens com idade acima de 18 anos”, informa.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) defende uma discussão mais ampla do assunto antes que a retomada seja colocada em pauta. Em nota, a presidente da Adufes, Ana Carolina Galvão, afirma que “é preciso um amplo e franco debate com a comunidade universitária sobre o avanço para a Fase 3. A discussão não pode ir ao Conselho Universitário sem que antes se esgotem todas as discussões e levantamentos necessários. Sem isso, o Conselho Universitário estará passando um cheque em branco para a modalidade híbrida”, disse.

Já o Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE) ainda não se posicionou sobre a possível deliberação desta terça-feira (31). Procurada pela reportagem, a entidade informou que compreende que qualquer decisão tomada possui seus prós e contras.

“Nosso desafio como DCE é representar os estudantes em sua diversidade, portanto, compatibilizando os que acreditam ser viável o retorno de atividades presenciais (disciplinas práticas e laboratoriais), fundamentais para a conclusão de cursos de muitos em reta final, e aos que entendem que somente a partir da imunização completa é possível pensar em um retorno, que seja garantindo também o direito pela ampliação na formação e outros direitos aos que assim se sentem mais seguros”, ressaltou.

Longa discussão

A universidade tentou discutir a passagem para a Fase 3 no mês de julho, quando o tema também entrou na pauta de uma reunião do Conselho Universitário. O ensino híbrido não entrou em pauta porque a indicação de transição ainda estava em análise na Comissão de Legislação e Normas (CLN), conforme prevê o regimento interno.

A Ufes aponta que a adoção do ensino híbrido, juntamente com as atividades administrativas, é uma possibilidade orientada nas últimas recomendações do Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes).

Em um boletim divulgado no dia 8 de julho, o comitê recomendou o avanço para a Fase 3 do plano de contingência da pandemia do coronavírus, que estabelece a realização de atividades presenciais em concomitância com as atividades remotas. A mesma orientação se repetiu no último boletim do COE, divulgado no dia 17 de agosto.

“O COE, órgão consultivo da Ufes, considera que os dados epidemiológicos presentes nos registros e indicadores do Governo do Estado, reunidos neste boletim (17/8/2021), demonstram um quadro mais promissor de controle da pandemia”, afirma o documento.

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