Nota defende garantia às manifestações dos caminhoneiros, mas rejeita atos de caráter político
O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) distribuiu nota nessa sexta-feira (3) repudiando os “atos antidemocráticos” anunciados para este 7 de setembro, posicionando-se contra a enxurrada de convocações espalhadas em redes sociais sem qualquer respaldo da categoria. Um dos diretores da entidade, Cláudio Oliveira, residente em Guarapari, está divulgando o comunicado, que é assinado pelo presidente da entidade, Plinio Nestor Dias, e outros diretores.
O documento alerta que “os fatos e atos antidemocráticos, inclusive os cometidos pelas redes sociais, poderão ser objeto de investigação e inquérito para apuração de suposta organização criminosa que promove atos contra a democracia, comunicação de crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, ataque às instituições (Congresso Nacional, Senado, STF e outras) e ataques pessoais contra políticos e ministros de Estado”.
Isolado por parte das elites que o elegeram, com rejeição acentuada entre os eleitores e diante de revelações de escândalos envolvendo a sua família e de uma gestão esvaziada de realizações, o presidente Jair Bolsonaro joga todas as suas fichas nas manifestações desta terã-feira (7), na tentativa de demonstrar que ainda tem força política. Para isso, ameaça as instituições e coloca o País em clima de guerra.
O documento esclarece que, “apesar da garantia constitucional das manifestações por direitos, repudia veementemente qualquer ato que viole as balizas constitucionais, qualquer pretensão de paralisação das atividades para fins exclusivamente políticos”.
A entidade recomenda o cumprimento da Constituição e ressalta que “aqueles que venham a aderir ao movimento de forma independente, que se atentem para o estrito cumprimento da Constituição Federal, das leis e da ordem, com observância especial aos cuidados de prevenção ao contágio da Covid em respeito ao momento pelo qual passamos em decorrência da pandemia”.
E destaca: “Ciente das dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros em todo o país, como o alto preço do óleo diesel, os baixos preços dos fretes ofertados, falta de infraestrutura nas rodovias, tarifas de pedágios elevadas e ausência de fiscalização eficiente das leis que protegem a categoria, infelizmente, o atual chamamento para paralisação não possui qualquer pauta específica em favor da categoria dos transportadores autônomos”.
O CNTRC, que congrega 26 entidades (sindicatos, associações e cooperativas) representativas dos transportadores rodoviários de cargas autônomos, empregados e cooperados, reúne formalmente 38 lideranças dos caminhoneiros autônomos, distribuídas por 22 estados, congregando mais de 40 mil caminhoneiros filiados.