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‘Fora Bolsonaro’ não sai às ruas neste domingo e anuncia novo ato para 2 de outubro

O MBL formou na linha de frente em 2016 na ação que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff
Leonardo Sá

Partidos de esquerda que integram a campanha “Fora Bolsonaro” realizarão novos protestos no dia 2 de outubro, anunciou a Central de Movimentos Populares (CMP), sediada em São Paulo, confirmado em Vitória por dirigentes partidários, militantes e representantes de centrais sindicais. “Não acreditamos no Bolsonaro, ele é um mentiroso contumaz, bate e recua. É o modus operandi dele. Seguiremos nas ruas até derrubá-lo”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, apoiado pelo escritor e ativista Perly Cipriano (PT), do movimento Geração 68 e um dos coordenadores do movimento no Espírito Santo.

A campanha “Fora Bolsonaro” não participará do ato deste domingo (12), organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que em 2016 formou na linha de frente da ação que depôs a então presidente Dilma Rousseff. O grupo alinhou-se ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e Aécio Neves, candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB, entre outros defensores da política neoliberal – que entrega as riquezas do País e promove as privatizações – implantada na gestão de Michel Temer, que tomou o lugar de Dilma. Essa política é mantida no governo Bolsonaro.


“Todo movimento contra Bolsonaro é válido, mas não iremos participar porque eles não apresentam bandeiras sinalizando mudança na política econômica e nem apresentam um projeto para o Brasil”, argumenta Perly, destacando que o movimento reúne campos da direita que visam identificar a chamada terceira via para as eleições de 2022. 
“O que interessa neste momento é a população estar reunida no ‘Fora Bolsonaro’ fazendo pressão pelo fim deste governo genocida e criminoso, responsável pelo desemprego, fome, inflação miséria e a morte de quase 600 mil pessoas”, diz Perly, lembrando que a maioria dos partidos e movimentos de oposição ao governo fez circular notas esclarecendo sobre a não participação das manifestações domingo.
Nota do Psol afirma: “Não pouparemos esforços para conquistar a unidade com quem partilha deste objetivo. No entanto, a Executiva Nacional informa que o partido não é organizador, não convoca e nem participará da manifestação do dia 12 de setembro. Nosso partido faz parte da campanha nacional pelo Fora Bolsonaro” e destaca que o partido “vem atuando para construir a mais ampla unidade para derrotar Bolsonaro, a exemplo do amplo pedido de impeachment recentemente protocolado”.
Já a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), que também não participará dos atos deste domingo, aponta: “O ato é convocado, divulgado e organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), sem qualquer participação da sociedade civil organizada em seus diversos movimentos, entidades, coletivos plurais. Um convite para aderir a eles, com diversas limitações sobre identificação, não guarda coerência com a estruturação horizontal que defendemos”.
Mais adiante, enfatiza que “toda manifestação contra o governo autoritário e genocida de Jair Bolsonaro pedindo seu impeachment é legítima em si mesma. As divergências entre as forças políticas e seus diversos segmentos, próprias do regime democrático, não devem ser combustível para que se promovam ataques a esse ou aquele ato público com essa pauta”.
“Nas lutas populares, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) compõe, como entidade, a campanha nacional “Fora Bolsonaro”. As manifestações de rua, nesse caso como em regra, acontecem como consequência do aprofundamento do debate coletivo em defesa das pautas que interessam à sociedade brasileira. A construção coletiva, portanto, além das bandeiras que se leva para o espaço público, precede as ações”, conclui o comunicado.

Além do protesto de outubro, a campanha Fora Bolsonaro anunciou novo protesto para 15 de novembro, dia da Proclamação da República.

Em Vitória, o ato de domingo, realizado pelo MBL e Vem pra Rua, será uma carreata que atravessará a Terceira Ponte, às 10h, sentido Vitória-Vila Velha.

Arrependimento

A organização de atos contra Bolsonaro por movimentos da direita, como o MBL e o Vem Pra Rua, que mudaram de lado ao constatarem a má gestão de Bolsonaro, encontra resistência no campo da oposição ao governo. As razões incluem ressentimentos decorrentes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, concretizado em uma grande articulação, com muitas ações desenvolvidas com recursos internacionais, alinhamento a figuras como Sergio Moro, Michel Temer, Eduardo Cunha e o próprio Bolsonaro, que, na época, já fazia parte do grupo, conforme mostram fotografias, matérias jornalísticas e postagens em redes sociais.
Redes sociais

Em 2017, o jornal inglês The Guardian, porta-voz do liberalismo mundial, publicou uma matéria sobre o crescimento da direita no Brasil. Um trecho menciona a ligação do MBL com os irmãos David e Charles Koch, bilionários estadunidenses que financiam grupos de direita na América Latina, ligados a ações de dominação econômica na região.

Entre os valores e princípios do MBL, destacam-se pontos colocados em prática na gestão Jair Bolsonaro, por meio do ministro da Economia, Paulo Guedes, cujos resultados vêm gerando inflação perto dos 10%, desemprego, fome e miséria: “Fim dos monopólios estatais e privatização de empresas públicas e sociedades de economia mista, fim de toda forma de discriminação oficial instituída por meio de cotas raciais ou de gênero; progressivo aumento da participação do setor privado em serviços públicos passíveis de serem privatizados, tais como educação, saúde, infraestrutura, administração de serviços penitenciários, dentre outros; e fim dos monopólios estatais e privatização de empresas públicas e sociedades de economia mista”.

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