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Sedu estende transporte a mais uma escola do campo em Santa Maria de Jetibá

Agricultores comemoram a medida e pedem que seja estendida às demais escolas com Pedagogia da Alternância no ES

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Uma vitória parcial. Dois meses depois da reivindicação feita à Secretaria de Estado da Educação (Sedu), os estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Fazenda Emilio Schroeder, em Santa Maria de Jetibá, região serrana, foram incluídos na nova regulamentação do Programa Estadual de Transporte Escolar (Pete).

Publicada nessa quinta-feira (16) no Diário Oficial, a Portaria nº 225-R, da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), “estabelece normas, procedimentos de execução, acompanhamento e prestação de contas de recursos financeiros do Programa Estadual do Transporte Escolar – Pete/ES” e, como regra geral, estabelece que os alunos têm direito ao transporte até a escola mais próxima de sua residência.

Na portaria anterior, 013-R, de janeiro, as exceções a essa regra se davam em relação à educação escolar indígena e quilombola e aos alunos matriculados nos Centros Estaduais Integrados de Educação Rural (CEIERs). O novo texto traz a Emilio Schroeder entre as exceções, desde que os alunos matriculados atendam ao inciso I, ou seja, sejam moradores do mesmo município da escola, no caso, Santa Maria de Jetibá.


A inclusão foi comemorada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, que acredita que a mudança abre caminho para que outras escolas sejam contempladas, como a Escola Família Agrícola São João do Garrafão, administrada pelo Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes) – entidade que trouxe a Pedagogia da Alternância para o Brasil, na década de 1960 – bem como todas as demais EEEFMs do Estado onde os estudantes residam distantes das mesmas e, pela atual regra do Pete, estão excluídos do acesso ao transporte escolar, sendo obrigados a se matricularem em escolas que não ofertam a metodologia pedagógica, ou, em casos mais extremos, interromperem os estudos.
“Estamos felizes pela Sedu ter atendido parte de nossas reivindicações, desejamos que nosso município sirva de modelo e referência neste futuro próximo e que o governo do Estado veja a importância de expandir esta oportunidade para todas as escolas que trabalham a Pedagogia da Alternância no meio rural, dentro das divisas territoriais de nosso pequeno gigante Estado (pequeno em tamanho, mas gigante quando se fala em agricultura familiar)”, publicou o sindicato em suas redes sociais.

No enunciado das publicações, a mesma pergunta feita em julho: “Nós pais e mães agricultores que queremos preparar nossos filhos para permanecerem no meio rural (na roça) nos sucedendo no campo, vamos querer que nossos filhos estudem em quais escolas?”.

Ao final, a reafirmação do desejo de que a medida seja expandida: “seguiremos juntos e fortes para que todos os nossos jovens do campo tenham esta mesma oportunidade”.

A universalização desse direito também foi destacada pelo deputado estadual Adilson Espindula (PTB), que se reuniu no início da semana com o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, juntamente com o presidente e o vice-presidente do sindicato do município, Egnaldo Andreatta e Evelson Sanche Muniz, respectivamente, além do diretor da EFA de São João do Garrafão/Mepes, Evandro Schliwe, e o diretor da EEEFM Fazenda Emílio Schroeder, Jorge Schneider.

Durante a reunião, expôs o parlamentar, foi destacada “a importância das escolas que ofertam a pedagogia da alternância para formação dos jovens agricultores do município de Santa Maria de Jetibá, uma vez que estas escolas têm uma oferta de disciplinas diversificadas, voltadas para formação e reflexão sobre realidade campesina”.

Nesse sentido, foi proposto que seja contemplada “a excepcionalidade de oferta das escolas de alternância, para que todos os estudantes do município que desejarem, possam realizar seus estudos em uma escola voltada para a realidade do campo, pois hoje a oferta se limita a estudantes da localidade onde a escola fica situada. Essa alteração ajudaria também na disponibilidade das vagas do internato das escolas do Mepes para estudantes de fora, uma vez que muitas dessas vagas são ocupadas hoje por estudantes que vêm de dentro do município”.

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