ES planeja ter 100% de adultos com D1 em outubro e, até dezembro, esquema completo para todos acima de 12 anos
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (20), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, voltou a afirmar a possibilidade de os estados processarem o ministro Marcelo Queiroga diante de sua posição contrária à agilização da imunização das pessoas acima de doze anos sem comorbidades. O imunizante autorizado para esse grupo é o da Pfizer (BioNTech).
“Nós esperamos que o Ministério da Saúde ao longo das próximas horas revise a sua posição em relação à suspensão da inclusão dos adolescentes sem comorbidades na estratégia de vacinação. Caso contrário, o tema poderá ser judicializado pelos governos estaduais”, apontou.
A postura federal contraria radicalmente o trabalho em desenvolvimento no Espírito Santo, que tem investido recursos financeiros e esforço de gestão para acelerar o máximo possível a cobertura vacinal de toda a população já elegível pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para receber os imunizantes disponíveis no país, de modo a alcançar a marca de 90% da população total do Estado vacinada.
A expectativa, anunciou Nésio Fernandes, é de que o Estado alcance, até o início de outubro, 100% da populaça adulta com a primeira dose, bem como 100% dos adolescentes com comorbidades ou deficiências e 80% das pessoas com doze anos ou mais sem comorbidades, também com a D1.
Até o final do ano, para as festas de Natal e Ano Novo, o governo do Estado almeja alcançar 100% de todos os adolescentes e toda a população adulta com a D2, bem como os idosos com 60 anos ou mais com a dose de reforço.
As doses da Pfizer e AstraZeneca (Fiocruz/Oxford) enviadas pelo Ministério da Saúde, informou o secretário, serão utilizadas para ampliar o público idoso apto a receber a dose de reforço, alcançado pessoas acima de 60 anos e não 70, como estabeleceu a pasta federal, dentro de um intervalo de cinco e não seis meses.
A medida será possível, acredita a Sesa, devido ao investimento de R$ 26,5 milhões para compra de 500 mil doses feita diretamente junto ao Instituto Butantan, produtor da Coronavac, que será aplicada na faixa etária abaixo de 60 anos.
Há ainda a expectativa de que, até o final do ano, a Anvisa autorize o uso da Coronavac e da Pfizer nas idades pediátricas, seguindo o exemplo de países do hemisfério norte. “Entendemos que as autorizações em outros países para Coronavac e Pfizer deverá ser permitida também no Brasil”.
Para além das ações de Estado, o secretário enfatizou a necessidade de adesão da população, que conta também com a plataforma digital Vacina e Confia, para a chamada vacinação de oportunidade, onde é possível obter um QR Code a ser apresentado em locais de grande fluxo, onde as pessoas já elegíveis, segundo seu grupo social, podem ser vacinadas.
A ampliação dos locais e horários de vacinação, salientou Nésio, visa facilitar ainda mais o acesso da população ao imunizante, considerando deslocamentos para o trabalho ou viagens. A estratégia já é adotada em outros países, que utilizam locais como aeroportos e rodoviárias, o que será implementado também no território capixaba.
Dez municípios já confirmaram que irão iniciar, até a próxima sexta-feira (24), a vacinação em pontos de alto fluxo, tendo a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado (Ceturb) como um dos parceiros na região metropolitana. São eles: Cariacica, Mimoso do Sul, Jerônimo Monteiro, Governador Lindemberg, Baixo Guandu, Jaguaré, Sooretama, Vila Velha, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim.
A Sesa contabiliza 180 mi pessoas no Espírito Santo que estão com a segunda dose atrasada.