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​Governadores desmentem Bolsonaro sobre aumento de combustíveis

Renato Casagrande assina nota que contesta o presidente juntamente com outros 19 governadores

O governador Renato Casagrande (PSB) é um dos signatários de uma nota desmentido as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que responsabilizou os estados pelo aumento no preço dos combustíveis. O documento, com assinaturas de 20 governadores, foi divulgado nesse domingo (19) e afirma vir a público para “esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período”.

A nota ressalta que “falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema” e afirma que “essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa”.

O presidente da República, para fugir da responsabilidade, vem afirmando reiteradas vezes que o principal fator de elevação no preço dos combustíveis e do gás de cozinha é a política de aumento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aplicada pelos governadores. Em Vitória, a gasolina é vendida entre R$ 6,2 e R$, 6,9 o litro e o gás de cozinha alcança 89,90, com o aumento de 6,3% da semana passada.

Assinam a carta, além de Casagrande, os governadores Rui Costa (PT), da Bahia; Claúdio Castro (PL), Rio de Janeiro; Flávio Dino (PSB), Maranhão; Hélder Barbalho (MDB), Pará; Paulo Câmara (PSB), Pernambuco; João Dória (PSDB), São Paulo; Romeu Zema (Novo), Minas Gerais; Ronaldo Caiado (DEM), Goiás; Mauro Mendes (DEM), Mato Grosso; Eduardo Leite (PSDB), Rio Grande do Sul; Camilo Santana (PT), Ceará; João Azevêdo (Cidadania), Paraíba; Wellington Dias (PT), Piauí; Fátima Bezerra (PT), Rio Grande do Norte; Renan Filho (MDB), Alagoas; Belivaldo Chagas (PSD), Sergipe; Reinaldo Azambuja (PSDB), Mato Grosso do Sul; Ibaneis Rocha (MDB), Distrito Federal; e Waldez Góews (PDT), Amapá.

Os preços adotados pelo governo seguem a Política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Isso significa que a gasolina, diesel e o gás de cozinha produzidos pela Petrobras são vendidos pelo preço desses mesmos combustíveis na Europa ou Estados Unidos, acrescidos pelo custo do transporte até o Brasil mais as taxas de importações.

“Não faz sentido nenhum, temos o petróleo aqui, as refinarias estatais, e pagamos como se tivéssemos comprando em outro continente”, explica o engenheiro Cláudio Oliveira, aposentado da Petrobras, residente em Guarapari, litoral sul do Espírito Santo. Em agosto ele lançou um e-book, A segunda privataria, que pode ser a base para a criação no Congresso Nacional de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades cometidas nas vendas dos ativos da Petrobras nos últimos anos.

Os preços dos combustíveis foram tema da reunião de representantes de entidades de caminhoneiros, sábado passado, para pressionar uma audiência pública que ainda será realizada com representantes da Petrobras para discutir a política de preços dos combustíveis e instalação de CPI sobre o tema.

O encontro reuniu entidades que frequentemente divergem na convocação de paralisações, como a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), da qual Cláudio Oliveira é diretor, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL).

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