Povos de matriz africana protestaram em Jacaraípe e pediram providências do poder público contra intolerância religiosa
A Praça Encontro das Águas, em Jacaraípe, na Serra, foi palco de uma manifestação contra a intolerância religiosa no final da tarde deste sábado (25), em frente ao Monumento a Iemanjá. Organizado pela União Espírita Capixaba (Unescap), o protesto foi motivado pelo ato de vandalismo que aconteceu no monumento na semana passada. Diante do ocorrido, os povos de matriz africana querem uma resposta do poder público.
“Vamos bater na porta do poder público e cobrar. Queremos câmera, um vigilante e apoio para eventos que pretendemos realizar aqui, como oficinas, mini cursos e outras atividades não só para nosso povo de matriz africana”, diz o pai de santo Jerdam de Matamba, do terreiro Inzo Muki Ria Matamba, no bairro Barcelona.
O Monumento a Iemanjá existe há 36 anos. É uma casa que em seu interior tem a imagem de Iemanjá. O espaço foi arrombado, tiraram a cabeça da imagem da orixá, urinaram no local e foram feitos outros estragos. Durante o ato, foi colocada no local uma nova imagem, doada por uma loja de artigos religiosos de Laranjeiras, na Serra.
Jerdam afirma que o próximo passo é procurar a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Serra (Sedir) e outras pastas para fazer as reivindicações. Além dos povos de matriz africana, A manifestação contou com representantes de movimentos sociais e mandatos. Ana Karolina, da coordenação do Movimento da Juventude de Terreiro do Espírito Santo, alertou para a possibilidade de a violência chegar às casas.
“Hoje foi uma imagem, amanhã pode ser nossa casa ou a gente mesmo. A gente não pode deixar acontecer. A mobilização tem que continuar, se a gente não combater isso, vai para dentro das nossas casas de terreiro. A gente não vai parar. O som do nosso atabaque vai continuar”, conclamou.
Ato contra intolerância religiosa será realizado no próximo sábado em Jacaraípe
Monumento a Iemanjá é depredado em praça de Jacaraípe
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