O anúncio da venda de parte das ações da Banestes Seguros pela gestão de Renato Casagrande fez com que o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários) tomasse a iniciativa de rearticular o Comitê em Defesa do Banestes Público Estadual. Para isso, a entidade convoca a categoria e a sociedade civil para uma plenária virtual que acontecerá nesta quarta-feira (29), às 18h30.
O secretário-geral do sindicato, Jonas Freire, explica que a gestão estadual tem 92% das ações da seguradora, mas quer vender 51%, o que fará do governo do Estado acionista minoritário. “Como minoritário, não poderá decidir nada”, diz. Para Jonas, a iniciativa trata-se de uma “privatização fatiada”, uma vez que a Banestes Seguros “é um dos pilares do sistema financeiro estadual”.
Jonas recorda que o Comitê foi criado no governo do presidente Fernando Collor de Melo, em virtude da ideologia privatista que ele defendia. Entretanto, ganhou força no de Fernando Henrique Cardoso, quando foram privatizadas diversas empresas, entre elas, bancos estaduais. O próprio Banestes quase passou por um processo de privatização na gestão do ex-governador José Ignácio Ferreira e no primeiro mandato do ex-governador Paulo Hartung, que tentou vender o banco em uma negociação com o Banco do Brasil.
O secretário-geral afirma que hoje, além do Banestes, existem somente outras três instituições financeiras estaduais: Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Banco de Brasília (BRB) e Banco do Estado do Pará (Banpará). De acordo com Jonas, foram privatizados mais de 30 bancos estaduais em todo o Brasil.
Privatizar a Banestes Seguros, afirma, é abrir mão de uma empresa “extremamente rentável”, diminuindo o lucro do sistema financeiro estadual e, consequentemente, investimento em iniciativas como linhas de crédito, prejudicando a população. Jonas aponta que, em caso de desastres naturais e durante a pandemia da Covid-19, as linhas de crédito oferecidas pelo Banestes auxiliaram muitas pessoas.