Moradores da Praia do Sauê cobram apoio da prefeitura de Aracruz para ações de educação e proteção
Carros estacionados sobre a vegetação natural, necessidades fisiológicas feitas sobre a restinga e o manguezal, despejo de muito lixo por toda a praia, som alto, e depredação de áreas de recuperação e de placas de sensibilização feitas pelos moradores. Os finais de semana são momentos de tensão e desrespeito contra a natureza e o sossego dos moradores da Praia do Sauê, em Aracruz, norte do Estado.
O relato vem de uma moradora que pediu para não se identificar, e que compartilha fotos do trabalho de recuperação da restinga da praia e das placas educativas já instaladas e, infelizmente, arrancadas por vândalos pouco depois, bem como da invasão de carros sobre a vegetação, até mesmo em áreas protegidas com tocos de madeira, retirados para expandir artificialmente a área de estacionamento clandestino. “Nós fizemos um plantio de restinga com as crianças recentemente e, pouco depois, tiraram todas as plantas”, lamenta.
O bucolismo e as belezas naturais que atraem um número cada vez maior de turistas à região são agredidos pelos mesmos visitantes. “Temos desrespeito constantemente. Aqui não tem infraestrutura para receber essa quantidade de frequentadores: grupos de Kombi e Motorhome se instalam aqui, ficam até cinco, seis dias, sem nenhuma infraestrutura. Outros fazem churrasco dentro do manguezal, lixo é imensurável. Alguns moradores é que fazem as coletas de plástico e garrafas de vidro. Invadem a restinga com fogueiras e barracas. Terra de ninguém”, relata.
Segundo a moradora e protetora da praia, já foram feitos pedidos à prefeitura para que atue na orientação e fiscalização, no sentido de coibir o lixo e o fogo que é ateado na restinga e no manguezal, e para construir banheiros sanitários públicos. “Era para ter um impedimento no acesso ao manguezal. Aqui acontece muitos absurdos”, ressalta, alertando que as agressões ao manguezal têm provocado alagamento das ruas próximas à praia em época de chuva.
A denúncia feita a Século Diário cita ainda o pedido apenas parcialmente atendido, de retirada das castanheiras que “matam a restinga”. “Aqui precisamos implorar por atendimento pela prefeitura e suas secretarias”, critica.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) informou que “está adquirindo os materiais e elaborando o planejamento para a ação de proteção das restingas em todas as praias de Aracruz, que será executado até o próximo verão”.
Afirmou, ainda, que “as equipes de fiscalização estão atuando em todo município com objetivo de coibir estas infrações” e orientou a população que, sobre o som alto, façam denúncias para que as equipes possam ser acionadas.