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Associações do Centro cobram políticas de segurança para a Regional I

Em reunião com o governador e o secretário Alexandre Ramalho, associações expuseram situações de insegurança

Representantes de colegiados das associações comerciais e de moradores do Centro de Vitória se reuniram com o governador Renato Casagrande (PSB) e o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, para discutir a necessidade de políticas de segurança para a Regional I, que abrange Centro, Moscoso, Parque Moscoso, Fonte Grande, Piedade, Vila Rubim e Ilha do Príncipe. Para o presidente da Associações de Moradores do Centro, Lino Feletti, a reunião trouxe avanços, mas não satisfação.

Representantes das associações com o governador e o secretário de Segurança. Foto: Divulgação

“Satisfeitos vamos ficar somente quando a situação melhorar na Regional”, diz, destacando que entre os avanços está a reunião a ser realizada com a secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo, marcada para esta quinta-feira (30). Na ocasião, destaca Lino, as associações irão reivindicar mais políticas do Programa Estado Presente, além de ações que englobam áreas como de esporte e geração de emprego e renda.

O presidente da Amacentro relata que, na Regional I, tem ocorrido muitos furtos, arrombamentos e homicídios estes últimos, principalmente nas partes altas do Centro. Uma das queixas dos moradores é a constante troca de comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar (PM) e a ausência de um subcomandante. O atual comandante sairá em breve do posto, pois foi promovido a major. “Estamos há muito tempo sem subcomandante”, reclama. De acordo com Lino, o governador determinou ao Comando da PM a nomeação de um comandante com histórico de boa relação com as comunidades.

Guarda Municipal

Recentemente, associações de moradores da região do Centro vieram a público questionar a desativação do posto da Guarda Municipal de Vitória, que ficava no Parque Moscoso. Na ocasião, Lino reclamou que o posto contava com toda infraestrutura para os guardas municipais guardarem seus materiais e pertences particulares antes de ir ao trabalho nas ruas. Essa infraestrutura foi desmontada. De acordo com Lino, o posto aumentava a circulação de Guardas Municipais na região, e, consequentemente, a sensação de segurança.

Os guardas municipais tiveram até 31 de agosto para tirar seus pertences do local. Segundo Lino, hoje “não se vê mais a presença da guarda no Centro como antes”.

Violência

Um dos casos mais recentes de violência na região do Centro aconteceu em 11 de julho, no Morro da Capixaba. Houve um tiroteio no momento em que várias pessoas estavam na rua, em uma festa julina. Na ocasião, um homem ficou gravemente ferido e foi levado ao hospital. A violência teve início quando homens encapuzados subiram o morro armados e iniciaram um confronto com traficantes da região.

Na ocasião a Amacentro, juntamente com a Associação de Moradores do Parque Moscoso (Ampar), a Associação dos Barraqueiros da Praça do Palmito da Vila Rubim e o Colegiado das Associações de Moradores da Regional 1 (Regional do Centro) Vitória, divulgou uma nota para se posicionar diante do ocorrido. As entidades afirmaram lamentar a violência urbana, “que revela as atividades fim, como é o caso de homicídio e barulho de tiros que encerram o domingo”.

A Amacentro aponta como algumas das consequências da violência na região a impossibilidade de garantia do direito de ir e vir das pessoas, pois muitas temem sair de casa. Outro impacto negativo é no comércio, já que muitos deixam de fazer suas compras no Centro em decorrência da criminalidade.

O Morro da Piedade é outro local que tem sofrido com a violência. Em 2020, diante de tantos assassinatos de jovens, foi firmado um compromisso entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Vitória e a comunidade, que organizou uma lista de reivindicações, dentre elas o retorno do acesso da comunidade ao Centro de Vivência.
Morro da Piedade. Foto: Mariana Ramos de Araújo

Entre as demais demandas apresentadas, estão a ampliação do atendimento de saúde no território com mais psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, agente de saúde e outros profissionais; articulação intersetorial com as redes de educação, saúde e assistência social; criação urgente de projetos e programas sociais com intuito de atender crianças, jovens, adultos e idosos; destinação de recursos públicos para criar e fortalecer projetos de cultura e esporte existentes no território; instalação de câmeras em pontos estratégicos da comunidade; instalação de internet nas praças e vias públicas da parte alta da comunidade; ocupação de terrenos baldios e espaços ociosos, com praças, academias populares e brinquedos infantis; e potencialização das escolas públicas. Entretanto, nenhuma delas saiu do papel.

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