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Jardins da alma: Ruca divulga primeiro mapa de iniciativas agroecológicas urbanas

Comunitárias, institucionais, particulares…hortas formam a maioria das experiências. Mapeamento continua

Florescendo nos espíritos que habitam as cidades, as iniciativas de agroecologia urbana no Espírito Santo tiveram seu primeiro mapeamento colaborativo divulgado esta semana pela Rede Urbana Capixaba de Agroecologia (Ruca), trazendo o resultado do cadastro aberto entre abril e agosto de 2021.

Foram 44 experiências autocadastradas em 17 municípios das quatro macrorregiões do Espírito Santo, sete delas na região metropolitana. Do total, 25 são de hortas, entre comunitárias, institucionais e particulares. Espaços de educação ambiental (20 respostas) e iniciativas de produção de compostagem, adubo ou fertilizante natural (14) também se destacaram.

Na linha do tempo, o primeiro ponto é marcado em 1965, ano de criação da Federação dos Órgãos de Assistência Social e Educacional (Fase), entidade que apoia a Ruca no trabalho, junto a outra entidade, a Misereor, da Igreja Católica Alemã.

Aos saltos, surgem outros pontos até o ano de 2011, com os espaços temporais mais próximos, com uma iniciativa por ano até 2015, quando duas ou três anuais são identificadas, incluindo a Horta Comunitária Quintal na Cidade, na Cidade Alta, no Centro de Vitória, uma das principais referências capixabas no assunto.

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Em 2018, o início de um pequeno boom, com cinco iniciativas, mais 10 em 2019 e onze em 2020. Em 2021, apenas duas se apresentaram por enquanto.

Os temas trabalhados nas iniciativas cadastradas referem-se principalmente à “terra, territórios e ancestralidades”, “alimento, segurança e soberania alimentar”, “educação e construção de conhecimento agroecológico”, “manejo dos agroecossistemas”, “economia solidária e outras economias”.

“Como é um conceito novo, em construção no Brasil, a agroecologia está, dentro das cidades, muito nas relações entre as pessoas, para além das práticas de cultivo, que podem ser terapêuticas também”, observa Lucas Sangi, professor de geografia e Polinizador do Grupo de Trabalho (GT) de mapeamento da Ruca.


Nessa pegada de socialização, a Ruca, por meio de seus outros GTs atuantes, tem promovido e participado de muitos mutirões de hortas e também cursos e oficinas que estimulam os encontros e trocas de experiências entre os hortelãos e outros jardineiros urbanos de almas no Estado. “Fazemos mutirões itinerantes e assim vamos fortalecendo uns aos outros”.
 

Roicles Coelho

Outra ação estrutural da Rede é a incidência sobre políticas públicas. “Trabalhamos muito nas políticas de incentivo às praticas que a gente está mapeando. O mapeamento é para identificar qual o perfil da agroecologia urbana do Espírito Santo, para buscar mais propostas que atendam às necessidades”.

Essa atuação dá continuidade à grande mobilização feita em 2020, em função das eleições municipais, quando mais de 30 candidatos às prefeituras e câmaras legislativas assinaram a Carta de Compromisso elaborada pela Articulação Nacional de Agroecologia (Ana), e trabalhada, no Espírito Santo, pela Articulação Capixaba de Agroecologia (Aca) e a Ruca.

Entre os assinantes eleitos, estão o prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), e a vereadora de Vitória Camila Valadão (Psol), esta, participando ativamente do GT Políticas Públicas, na elaboração de uma minuta de projeto de lei de apoio à agroecologia urbana na Capital. “Vamos fazer também o levantamento de quais políticos eleitos estão implementando a Carta Compromisso”, conta Lucas. Segue também o mapeamento das experiências, cujo autocadastro continua aberto na internet

“Sabemos que há muitas iniciativas por cadastrar”, afirma a Ruca em suas redes sociais, convidando aos novos registros, e destacando: somente na rede estadual de ensino são 24 hortas em funcionamento, segundo dados da Secretaria de Estado de Educação (Sedu) de 2021; e, numa pesquisa simples do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), 52 técnicos disseram apoiar 10 hortas urbanas e/ou institucionais.

“Sistematizar experiências é olhar para o caminho percorrido até aqui, assim como para aquele que ainda vai ser trilhado”, projeta.

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