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MDB não consegue se reerguer e fica mais distante da prometida pacificação

Rose de Freitas busca reeleição ao Senado, mas encontra restrições no partido que preside no Estado

A menos de um mês de encerrar seu mandato e 10 meses depois de assumir a presidência da Executiva do MDB no Espírito Santo, desbancando o ex-deputado federal Lelo Coimbra, ainda no partido, a senadora Rose de Freitas está longe de cumprir a promessa de pacificação, feita em janeiro deste ano. O crescimento previsto também não ocorreu e o partido segue em baixa, caminhando para perder o prefeito de Linhares (norte do Estado), Guerino Zanon, que deve confirmar filiação em outra sigla.

A insatisfação ocorre, de acordo com integrantes do partido, porque a senadora ignora as lideranças locais, centrando seus movimentos em assegurar espaços para a reeleição no ano que vem, o que a levou a “entregar o partido ao governador Renato Casagrande”, do PSB, gerando reclamações e ações na Justiça.

Rose se movimenta para ganhar espaço visando à reeleição, considerada das mais difíceis no mercado político. Desgaste do mandato, investigação da Polícia Federal e articulações do deputado federal Da Vitória (Cidadania), voltadas para uma filiação ao PP, mais do ex-senador Magno Malta (PL) e do ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli, representam barreiras ao projeto. Sem conta que permanecem em silêncio o ex-senador Ricardo Ferraço (DEM) e o ex-governador Paulo Hartung (sem partido).

“Rose ainda não explicou o que pretende e a que veio”, comenta Lauristone da Silva, da executiva de Colatina, noroeste do Estado. No início desse mês, ele impetrou ação cível na Justiça requerendo respostas ao ato de desrespeito ao estatuto, segundo ele, que possibilitou sua substituição no cargo de presidente, por escolha de convenção partidária, por uma comissão provisória indicada por Rose.

A presidência foi assumida pelo diretor do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc), Pergentino de Vasconcelos Júnior, da família do deputado estadual Renzo Vasconcelos (PP), que deve assumir o Pros com a janela partidária, em 2022, sinalizando articulação com o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli. “Rose está muito enganada se acha que terá o apoio de Casagrande”, afirma um emedebista.

Essa situação é registrada desde 2018, em decorrência do retrocesso provocado pelo recuo do então governador Paulo Hartung de concorrer à reeleição. A partir desse fato, foi deflagrada uma crise entre seus aliados, que levou o partido a deixar de ter a maior bancada na Assembleia, hoje resumida a um parlamentar, Dr. Hércules Silveira. O deputado estadual José Esmeraldo, que foi expulso, permanece sem partido.

O retorno de Rose de Freitas ao MDB aconteceu em 12 de janeiro deste ano, como forma de acabar com o conflito entre o grupo do ex-deputado federal Lelo Coimbra, que perdeu a presidência da executiva, e aliados do deputado estadual José Esmeraldo, na disputa pelo controle da sigla no Estado. Segundo o estatuto do partido, o mandato de Rose acaba em 19 de dezembro próximo e a formação atual da Executiva não poderá ser renovada.

Cinco meses depois de assumir o MDB, pondo fim ao conflito interno do partido, a senadora Rose de Freitas iniciou um processo de nomeações para cargos e prorrogação de mandatos em diretórios municipais. Esses atos foram objeto de denúncias à Executiva Nacional, acirrando uma nova crise interna no partido. Os questionamentos permanecem sem respostas.

Procurada, a senadora Rose de Freitas não se pronunciou, até o fechamento dessa matéria.

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