Na Serra, Casagrande e Vidigal não deixam campo livre para avanço eleitoral de Audifax
Com reedição da atual aliança já anunciada para as eleições de 2022, o governador Renato Casagrande (PSB) e o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), não têm deixado o campo livre no município para o avanço do ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede), que circula pelo Estado para se mostrar ao eleitorado na intenção de disputar o Palácio Anchieta. O comandante da Rede Sustentabilidade, como se sabe, é adversário de Vidigal há anos, e passou a ser também de Casagrande no contexto do pleito do próximo ano, em que integra os planos do grupo do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), inimigo político do socialista. A presença dos dois na Serra, reduto de Audifax e o maior colégio eleitoral do Espírito Santo, se faz por meio de solenidades e anúncios de obras e projetos, alguns vultosos, como o de saneamento – R$ 75 milhões -, firmado no mês passado. Nesta terça-feira (19), foi a vez de novas assinaturas de ordens de serviço, desta vez, voltadas para construções de espaços esportivos e quadras em escolas de Nova Almeida e Morada de Laranjeiras, no total de R$ 2,6 milhões. Quando não está ao lado de Casagrande, Vidigal circula regularmente com sua equipe pelos bairros do município, para ações semelhantes e também reuniões com a comunidade. Mais conhecido pelas bandas de cá, Audifax tem focado no interior para tentar consolidar seu nome na disputa, ainda dependendo, também, das definições finais do pleito de 2022. Mas mantém os olhos firmes e atuantes no seu reduto eleitoral, para marcar posição e reforçar atos de suas gestões. O foco mira tanto em Vidigal como no governador, a quem já critica em repetidos discursos, na estratégia de se viabilizar como o “gestor ideal” para o Espírito Santo. É o jogo do “toma lá, dá cá”.
Já vi esse filme
A propósito, a linha adotada por Audifax, não precisa puxar muito na memória, é a mesma que Hartung sempre vendeu por aqui e lá fora. A imagem do economista expert e único gestor capaz de colocar o Estado nos trilhos.
Pendências
O ex-prefeito, sempre é bom lembrar, tenta cavar espaço no seu próprio grupo, para ser o cabeça de chapa. Correm no mesmo objetivo o prefeito de Linhares (norte do Estado), Guerino Zanon (de saída do MDB), e o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos). A batida do martelo final no aguardo das alianças nacionais, somadas ao termômetro, ou seja, o nome que terá mais aceitação no eleitorado.
Território
Quem também não tem ficado para trás nessas solenidades do governador na Serra são os deputados Bruno Lamas, aliado e correligionário, e Alexandre Xambinho (PL). Os dois disputaram a prefeitura em 2020 e, no próximo ano, tentarão a reeleição.
Tudo igual
Sem surpresas, foi reeleito presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta terça-feira, o conselheiro Rodrigo Chamoun. Ele permanece no cargo após votação unânime. A composição mantém o alinhamento do órgão ao governo do Estado. Chamoun e Casagrande têm relações antigas, de origem no PSB.
Outras cadeiras
Já o vice-presidente eleito é Rodrigo Coelho; o corregedor Sérgio Aboudib, e o ouvidor Domingos Taufner. Nos colegiados, o conselheiro mais antigo, Carlos Ranna, fica como presidente da 1ª Câmara, e o segundo mais antigo, Sérgio Borges, da 2ª Câmara. Luiz Carlos Cicliotti, por sua vez, permanece como diretor da Escola de Contas. As posses serão realizadas até o dia 16 de dezembro.
Sem nexo
Um debate que tem sido recorrente nos últimos dias voltou à tona no plenário da Assembleia Legislativa na sessão desta terça, puxado pelo deputado Sergio Majeski (PSB): o retorno obrigatório das sessões ordinárias presenciais. Afinal, como defendeu e tem razão, todos os setores já retornaram às atividades, com exigência dos protocolos sanitários. Mas o que impede o reestabelecimento, a essa altura da pandemia?
Não, não
Houve quem defendesse a economia de gastos e uso das tecnologias, tal como a iniciativa privada, como Fabrício Gandini (Cidadania), que chegou a citar a Vale, apoiado por Iriny Lopes (PT), e até o aumento da produtividade, com direito a dar exemplo das dificuldades de deslocamentos quando ocorrem alagamentos em Vila Velha, como fez Rafael Favatto (Patriota). Sinceramente, peraí!
Ótimo negócio
A bem da verdade, como já tratado aqui na coluna algumas vezes, o sistema remoto ficou cômodo para muitos deputados, que aparecem na sessão de tudo quanto é jeito: dentro do carro e em outras agendas, sem ter, no entanto, o dia descontado. É comum, também, citar o nome de alguns deles do plenário e a resposta demorar ou nem mesmo aparecer. Além do mais, desta forma, eles conseguem se manter em suas bases eleitorais.
Batendo perna
Tem aqueles que de fato assistem à sessão remotamente? Tem. Mas como bem disse Dr. Hércules (MDB), os deputados foram eleitos pela população para estarem na Assembleia. Antes da imunização, o temor pela contaminação e a cautela eram legítimos. Agora, não mais. Até porque, os parlamentares, de forma geral, estão há muito tempo nas ruas, em encontros, reuniões, protestos, festas e afins.
Nas redes
“No Brasil, o combate à pandemia se divide entre antes e depois da CPI da Covid-19. Muito fatos foram revelados que nunca saberíamos se ela não tivesse sido aberta. Agora fica nosso desejo pela justiça e pela responsabilização dos culpados”. Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Ufes.
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