Entidades da sociedade civil realizarão, nesta quarta-feira (27), às 15h, um protesto contra a violência à mulher na praça Jerônimo Monteiro, no Centro de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado. O estopim para a manifestação, conforme aponta a coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) Pedro Reis, Elisangela Altoé, foi o assassinato da vendedora Roseli Valiati Farias. As investigações apontam que ela foi morta pelo namorado no dia 17 de outubro, ao tentar terminar o relacionamento.
Além do CDDH Pedro Reis, participarão da manifestação entidades como o Coletivo Vozes Feministas, União Cachoeirense de Mulheres, Conselho Municipal de Direitos da Mulher (CMDM), Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento de Mulheres Negras do Sul do Estado, Núcleo Pedra, Instituto Mulher do Poder e Levante Feminista. Durante o protesto, haverá fala de lideranças populares e atrações culturais com foco na denúncia à violência contra a mulher.
A manifestação não é restrita às mulheres. “Os homens também estão convidados. Queremos trabalhar sua conscientização, precisamos trazer os homens para essa luta, somos parceiras, queremos viver com igualdade”, diz Elisangela. Ela salienta que a violência contra a mulher tem aumentado cada vez mais no Espírito Santo, sendo que, somente no mês de outubro, quatro foram assassinadas no Estado.
Ela recorda algumas das vítimas de feminicídio no sul do Estado este ano, como Keila de Souza Oliveira, morta em abril, quando foi atingida por quatro tiros disparados pelo marido, em Cachoeiro. Outra mulher assassinada foi a técnica de enfermagem Leidiane Erqui Tonetti Andreão, em Castelo, que em 15 de março foi alvejada a tiros pelo marido na frente da filha. Em 19 de junho, Lucia Helena Coqui, por querer terminar um relacionamento, foi assassinada a facadas e pauladas.
No dia nove de julho, por não aceitar o fim do relacionamento, o ex-marido de Juliana Moreira Rodrigues a matou com golpes de pé de cabra, em Mimoso do Sul. No mês de setembro, recorda Elisangela, ocorreram três feminicídios. Um foi em Marataízes, onde Charlene de Lenis Gonçalves foi assassinada com a filha de 10 anos a facadas pelo ex-namorado. A outra Giselly Thais Cassandra de Souza, de Conceição do Castelo, que teve sua vida ceifada por tiros disparados pelo ex-marido. Por fim, Adriana Torrente Moreira, também em Conceição do Castelo. Nesse último caso, suspeita-se que o ex-marido, encontrado morto, tenha se suicidado após matá-la.