Para que todas as microrregiões do Espírito Santo alcancem a classificação de risco muito baixo no Mapa de Risco Covid-19 ainda em novembro, será necessária a ampla cobertura vacinal da dose de reforço para os idosos, como apontou o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (26). Ele afirma ainda que, somado a esse fator, são critérios a utilização de máscaras e ampliação dos pontos de testagem nos municípios.
Diante da redução no prazo para aplicação da dose de reforço, que inicialmente era de seis meses após a segunda dose e agora é de quatro, o número de pessoas aptas para receber a terceira dose aumentou. Por isso, o percentual de cobertura dos idosos aptos acompanhado e monitorado dentro da gestão de risco para alcance da meta do risco muito baixo teve queda em todas as microrregiões.
“A maioria das regiões tem desempenho satisfatório na vacinação dos adolescentes e da D2 da população adulta. O desafio será alcançar plena cobertura vacinal da dose de reforço na população idosa”, reforça Nésio, destacando que o propósito é vacinar 90% das pessoas que pertencem a esse grupo e que, ao contrário do que afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “as vacinas são seguras, eficazes, não causam Aids ou nenhuma outra doença”.
Os novos indicadores de vacinação, válidos a partir do dia 8 de novembro, exigem alcance de 80% dos adultos com D2 ou dose única; 90% dos adolescentes com D1; e 90% dos idosos com D3. Além disso, a garantia de pelo menos um ponto de testagem de RTPCR em livre demanda nos municípios.
O secretário informou ainda que a quantidade de pessoas no Espírito Santo com atraso na segunda dose está em tendência de queda. Atualmente, cerca de 280 mil não voltaram para completar a imunização, entretanto, esse número já chegou a uma média de 360 mil. O secretário atribui a queda à possibilidade de tomar vacinas heterólogas, à livre demanda de imunização e ao trabalho de convencimento da importância da vacinação.
A criação da classificação de risco muito baixo, que terá a cor azul no Mapa, foi anunciada pelo governador Renato Casagrande (PSB) em seis de outubro. Ela tem âmbito regional, e não municipal, contemplando as microrregiões Central-Serrana, Sudoeste-Serrana, Litoral Sul, Central Sul, Caparaó, Rio Doce, Centro-Oeste, Nordeste, Noroeste, e Metropolitana.
A atual classificação tem três critérios no eixo vertical, medidos em âmbito municipal, referente às ameaças: coeficiente de casos ativos dos últimos 28 dias, quantidade de testes realizados por grupo de mil habitantes e a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias (eixo vertical, de ameaças). No eixo horizontal, a nova matriz continuará com o mesmo critério já vigente, que é analisado em âmbito estadual, considerando a ocupação de leitos potenciais de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) exclusivos para Covid-19 no Estado (no eixo horizontal, de vulnerabilidade).
Flexibilizações
As microrregiões em risco baixo poderão dobrar o limite máximo de ocupação em eventos feitos em locais fechados, saltando de 600 para até 1,2 mil, desde que não excedam 50% da capacidade do local e que todas as pessoas estejam vacinadas. Em locais abertos, o evento poderá receber até 50% da ocupação máxima, desde que todos estejam vacinados, mesmo que esse quantitativo ultrapasse os 1,2 mil estabelecidos como máximo para os locais fechados.
Já nas microrregiões de risco muito baixo, será permitido, também a partir desta data, a realização de eventos com a capacidade máxima dos locais, definidas pelo Alvará do Corpo de Bombeiros, desde que as pessoas presentes tenham comprovação da vacinação exigida.