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Com pagamentos atrasados, bolsistas mostram projetos desenvolvidos no ES

No Brasil, 60 mil estudantes aguardam os pagamentos das bolsas de iniciação à docência e residência pedagógica

Em meio ao atraso nacional das bolsas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e Residência Pedagógica (RP), alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) têm se mobilizado para reivindicar os pagamentos. Além de cobrar o governo federal e parlamentares, mostram nas redes sociais projetos que só puderam ser desenvolvidos por meio dos programas.

No campus de Alegre, sul do Estado, os alunos já administravam uma página nas redes sociais para divulgação de eventos científicos promovidos pelo curso de Licenciatura em Química. Com o atraso das bolsas, o perfil Pandemia e Ciência (@pandemia.ciencia) também passou a ser utilizado para mostrar a importância da manutenção dos recursos para que projetos como esses continuem a existir.

Uma das iniciativas é um site que auxilia na compreensão de conteúdos de química. A plataforma digital foi elaborada no primeiro módulo do programa de Residência Pedagógica no curso do curso de Licenciatura em Química da Ufes, com o objetivo de explicar a portabilidade da água.

Com uma proposta semelhante, o site “Quimicamente Falando” também foi construído por residentes de Química da Ufes. A plataforma digital é voltada para auxiliar alunos do ensino médio de escolas públicas com conteúdos da tabela periódica. “Com o uso dessa ferramenta, as aulas de química podem ser mais dinâmicas, motivando a participação de todos e proporcionando uma chance de aprendizagem maior”, afirmam.

Bolsistas de Química em Alegre também criaram um jogo para auxiliar na revisão dos conteúdos ministrados em sala de aula. Chamado de “Mundo periódico”, oferece aos alunos um jeito divertido de aprender os conteúdos. “Sem recursos isso não seria possível. Apoie a ciência, a educação e os programas Pibid e RP”, ressaltam os estudantes nas redes sociais.

Mobilização

Para fortalecer a mobilização estudantil para o pagamento das bolsas, os estudantes também criaram um página no Instagram, com alunos bolsistas do Pibid e da Residência Pedagógica no Espírito Santo, o Resiste Pibid e RP #ES (@pibid.rp.resiste.es).

“O Pibid e o Residência Pedagógica são programas que visam a inserção do futuro profissional docente, ou seja, das pessoas que cursam os cursos de graduação e licenciaturas nas universidades e institutos federais de todo o país dentro do seu futuro ambiente de trabalho”, explica Mateus Rodrigues Alves, bolsista RP pelo curso de biologia na Ufes de Alegre, em um vídeo publicado na página.

Ele prossegue: “A inserção desses profissionais docentes dentro do seu futuro ambiente de trabalho proporciona um melhor aprendizado para os nossos alunos e, consequentemente, um maior aporte por parte dos graduandos para que sejam desenvolvidos novos métodos e novas técnicas de ensino que facilitem o aprendizado do aluno”, aponta.

Apesar da relevância dos programas, desde setembro, 60 mil bolsistas em todo o Brasil estão com os pagamentos atrasados, sendo mais de 400 da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Na última quinta-feira (28), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Senado, presidida pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES), aprovou o Projeto de Lei 17/2021, de autoria do Executivo, para abertura de crédito suplementar, e destinação de R$ 43 milhões para bolsas de estudo da Educação Básica, o que inclui os programas atrasados.

A aprovação do projeto, que agora irá ao Plenário, é uma necessidade apresentada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pelo financiamento dos programas, para que as bolsas em atraso sejam pagas. De acordo com a instituição, não havia mais permissão legal para a suplementação orçamentária por ato do Executivo, por isso o crédito precisou ser encaminhado por meio de projeto de lei.

A matéria só foi aprovada na CMO após um acordo com o Ministério da Economia e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), garantindo o pagamento das bolsas dos próximos meses. Isso porque, os valores destinados por meio do Projeto de Lei 17/2021, aprovado na CMO, garantem apenas o pagamento de setembro e parte de outubro, sendo necessários R$ 124,4 milhões para garantir as bolsas até o fim do ano.

Os parlamentares que integram a comissão decidiram aprovar a proposta para que os valores atrasados sejam pagos com urgência aos bolsistas, sob a garantia de que tanto a complementação dos recursos quanto outras demandas no campo da ciência e da tecnologia sejam resolvidos antes da votação final do texto no Congresso, prevista para esta próxima semana.

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