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Servidores relatam prejuízos com a falta de internet nas escolas de Vitória

PMV apontou incidente na rede de dados no dia 22 de outubro, problema registrado também em 2020

Profissionais que atuam na rede municipal de Vitória relatam problemas para acessar a internet nas escolas do município. Desde o dia 22 de outubro, a rede de dados passa por instabilidades, o que também tem provocado dificuldades de acesso ao Sistema de Gestão Escolar (SGE), área em que os professores lançam notas e a frequência dos alunos.

“Tem sido muito difícil, porque é o sistema que faz o mapeamento de matrícula, organiza o fluxo escolar, gera declaração. É claro que a gente não está deixando de gerar, mas tem sido bem mais difícil, porque é tudo manual”, afirma o integrante do grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix), Juca Bitencourt.

Juca, que também é diretor de escola municipal, conta que a prefeitura ainda não deu nenhum prazo para que o problema seja resolvido. “Hoje recebemos uma equipe em cada unidade de ensino verificando a existência de vírus nas máquinas. O pior é não ter essa expectativa de prazo para organizar, e aí vai tudo se acumulando, ainda mais que está chegando o final do ano”, explica o profissional.

O problema também afeta o Conselho Municipal de Educação de Vitória (Comev), que está sem acesso à rede de computadores, como relata a presidente Zoraide Barbosa de Souza. “Todos os documentos do Comev são ligados ao sistema da prefeitura, porque o conselho é do sistema de educação de Vitória. Então estamos sem acesso”, conta.

A instabilidade tem prejudicado até a realização das reuniões do colegiado. “Na semana passada, tivemos que suspender um pleno porque não tínhamos condições de fazer de forma remota. Para atender à solicitação da Seme [Secretaria Municipal de Educação], nós convocamos uma outra plenária extraordinária”, explica Zoraide.

Assim como os professores, os integrantes do conselho têm usado estratégias alternativas para conseguir realizar atividades básicas. “Para acessar a internet, temos que rotear os nossos dados móveis, ou então deixar pra quando chegar em casa acessar o drive, porque tudo nosso é ligado ao sistema da prefeitura. A gente está trabalhando aqui sem estrutura alguma, porque a internet até agora não voltou”, aponta.

No dia 22 de outubro, após o site do município ficar fora do ar, a Subsecretaria de Tecnologia da Informação (Sub-TI) informou que havia identificado um “incidente na rede de dados” – ataque hacker – da prefeitura.

“Seguindo as recomendações de boas práticas, para que sejam analisadas as causas do incidente e as ações a serem tomadas, foi preciso isolar todo o ambiente de rede e dos servidores, tornando inacessíveis todos os serviços de TI da prefeitura, incluindo arquivos, acesso à internet, bem como todos os sistemas”, informou em nota.

Após cinco dias fora do ar, o site do município voltou a funcionar no dia 27 de outubro, quando a prefeitura informou que estava liberando os serviços de forma gradativa.

Há quase um ano, um ataque de hackers também paralisou todos os serviços online e o Sistema de Informação (SI) da Prefeitura de Vitória. Servidores e moradores do município relataram dificuldades para marcação de consultas, emissão de notas fiscais, acesso a plataformas de educação virtual, dentre outras atividades.

Diante de uma tendência de informatização cada vez maior dos sistemas educacionais e de outras áreas da administração pública, os servidores que utilizam os serviços diariamente cobram investimentos maiores na prevenção de problemas como esses.

“Como é tudo muito centralizado, quando acontece um determinado ataque, todo o sistema é afetado. A pergunta que fica é: tem sido feito investimento em segurança tecnológica como deveria ser feito? Qual tem sido a perda nesses incidentes? Não só na oferta de serviços pela garantia de direito, mas perda financeira mesmo para a própria PMV. São perguntas que nós nos fazemos enquanto trabalhadores da educação”, enfatiza Juca Bitencourt.

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