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Podcast amplifica discussão sobre violência contra a mulher no Estado

Projeto tenta fazer com que o debate chegue a mais pessoas, com uma linguagem clara e acessível

As discussões do Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes) agora também estão disponíveis em um podcast. Os episódios são lançados nas plataformas do Spotify e do Anchor, com o objetivo de amplificar as vozes que lutam pelo direito das mulheres à sobrevivência.

“Acreditamos no podcast como uma ferramenta que possibilita alcançar um maior número de pessoas, com uma linguagem clara e acessível, e possibilitando uma maior aproximação com a população”, informa a assistente social Andressa Souza, uma das integrantes do Fórum.

O projeto também tem o objetivo de ampliar um debate que já é feito pelo Fórum: as diversas manifestações da violência contra a mulher. “Para além do debate, é importante que a população entenda o fenômeno da violência e os impactos na vida das mulheres e, assim, somar esforços coletivos para o seu enfrentamento, como reivindicar ao poder público suas responsabilidades em efetivar as políticas sociais de enfrentamento das violências”, destaca Andressa.

O primeiro episódio do projeto, já disponível, discutiu o racismo e a violência contra mulheres negras. O episódio contou com as convidadas Adriana Martins, da Articulação de Mulheres Brasileiras, e Onlindina Serafim, do Fomes. O segundo a violência contra as mulheres no Espírito Santo, com a defensora pública Maria Gabriela Agapito. 

“Atualmente, trabalhamos a pauta da campanha nacional levante feminista contra o feminicídio, abordando temas como o fenômeno das violências contra as mulheres pretas e não pretas, mulheres do campo…a importância da Lei Maria da Penha e como o racismo estrutural dificulta o acesso das mulheres pretas a políticas públicas”, ressaltou a publicitária e integrante do Fomes, Jéssica Nunes.

A iniciativa tenta também gritar contra um contexto de morte no Espírito Santo. Só em 2021, foram 99 assassinatos de mulheres em território capixaba, sendo 33 dos casos registrados como feminicídios. Os dados estão no manifesto lançado esta semana Levante Feminista Contra o Feminicídio no Espírito Santo.

“Em comparação com o ano passado, houve um triste aumento de 19,5%. No ano de 2020, no mesmo período, estávamos com 21 feminicídios e, no ano todo, foram 26. Neste ano, já estamos com 33 mulheres com suas vidas retiradas, somente por existirem e serem mulheres”, informa um trecho do manifesto.

O documento, assinado por mais de 25 entidades, também aponta as consequências socioeconômicas da pandemia na vida das mulheres brasileiras, principalmente mulheres negras.

“A pandemia tornou muitas cativas de seus lares, da vida doméstica e de seus agressores. O racismo não está só na estrutura do estado. Temos o racismo institucional nas políticas públicas, mais particularmente, na ausência delas para a população negra e em especial para as mulheres negras”, aponta o manifesto.

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