Anunciado em junho de 2012, o projeto executivo do Bus Rapid Transit (BRT) para a Região Metropolitana, do Estado, só será finalizado em outubro deste ano. A informação foi divulgada pelo governador do Estado, Renato Casagrande, durante sua prestação de conta na Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (30). Só depois da entrega do projeto executivo será iniciado o processo licitatório, dise o governador.
Apesar disso, já há obras iniciadas do Estado, disse Casagrande. “Já temos obras iniciadas no Estado prevendo este novo sistema para a região. O projeto executivo do BRT, que prevê faixas exclusivas para os ônibus que circulam na Grande Vitória ficará pronto até outubro quando estaremos pronto para licitar”, afirmou o governador Renato Casagrande.
Segundo Casagrande, todo projeto prevê 33 km de faixas exclusivas .
A primeira parte do BRT inclui a ampliação de vias de Serra até Cariacica e Vila Velha, já iniciada pelo Governo. Também está incluída nesta fase, alterações na Terceira Ponte, como a mudança das cabines de cobrança para o município de Vila Velha e a abertura da Praça do Cauê, em Vitória.
Na prática, as obras começaram na Reta do Aeroporto, na altura do Vitória Apart Hospital, e passa pelas avenidas Fernando Ferrari e Reta da Penha e segue até chegar a Praça do Cauê, antes da Terceira Ponte.
Também faz parte do projeto alterações nas avenidas Vitória e César Hilal, em Vitória, entre outras alterações nas vias de Cariacica e Vila Velha.
Casagrande também ressaltou em sua prestação o Programa de Mobilidade Metropolitana, que consiste em 51 ações para a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. Entre os investimentos além do BRT, estão a pavimentação de 179 km de vias e melhorias na frota de ônibus e na comunicação com o usuário do transporte público.
Além disso, o projeto de mobilidade urbana previsto revê a integração de serviços, assim como a implantação de estacionamentos e ciclovias nos principais pontos da cidade.
O investimento será de R$ 3 bilhões, disse o Governador. Só na primeira fase do projeto serão gastos R$ 11 milhões.
O modelo dos corredores exclusivos para ônibus, o BRT, que será implantado na Grande Vitória, vem sendo apontado pela Secretaria de Transportes e Obras Públicas (Setop) como o modelo ideal para a região metropolitana por funcionar basicamente como um metrô, porém com custo mais baixo, menor tempo de implantação e com garantia de maior agilidade e segurança para o cidadão.
Os ônibus deverão circular em faixas exclusivas, sendo retirados do trânsito comum. Já os pedestres terão calçadas livres de pontos de ônibus, os chamados portais de embarque e desembarque construídos em corredores centrais.
Porém, a opinião não é unanime. Enquanto o Governo comemora a implantação do BRT na região metropolitana, algumas comunidades de Vitória não parecem muito satisfeitas, nem com o debate feito sobre o tema, nem com o resultado que o projeto poderá gerar na cidade.
Entre os líderes comunitários, o Centro de Vitória é apontado como uma das áreas que mais serão impactadas pelo barulho e à ocupação dos espaços públicos que já são reduzidos. Eles reclamam da ausência do debate sobre a mobilidade do pedestre e os ciclistas ressaltam que todas as soluções para acomodar os veículos automotores vêm sendo pensada, mas nem pedestres, nem ciclistas estão sendo contemplados da mesma forma em relação à mobilidade.
Classificado como um “mal necessário”, o BRT é visto, sobretudo, como algo ainda distante. A população cobra mais detalhamento sobre suas obras e instalação do sistema.
Cobram ainda, que em Vitória, geograficamente caracterizada como uma ilha, precisa de um transporte público aquaviário, projeto que continua em discussão, mas que ainda não saiu do papel.