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Integrantes do Conselho de Cultura de Cachoeiro pedem renúncia

Decisão, que abarca quatro segmentos culturais, foi tomada após contestação da Associação de Folclore 

Servidores públicos que foram eleitos representantes dos segmentos da cultura popular, teatro, artesanato e música nas eleições do Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, ocorridas em agosto último, renunciaram a seus cargos. A decisão foi tomada em reunião realizada nessa segunda-feira (6), na qual foi acatada a reivindicação da Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, que fez várias contestações em relação ao processo eleitoral, uma delas sobre o fato de servidores municipais terem sido eleitos.

Nos segmentos da música e do teatro, os suplentes irão assumir. No caso da cultura popular e do artesanato, entidades ligadas a esses segmentos irão indicar os novos titulares e suplentes.

Em ofício encaminhado em outubro para a secretária de Cultura e Turismo, Fernanda Maria Merchid Martins Moreira; o prefeito Victor Coelho (PSB); o presidente da Câmara, Brás Zagotto (PV); e o vice-prefeito, Ruy Guedes Barbosa Júnior (Pode); a Associação apontou que a presença de servidores públicos, pertencentes ao quadro da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e de quaisquer outras secretarias ou autarquias municipais, é ilegal ou no mínimo imoral”, pois “um servidor público não poderá representar a sociedade civil no âmbito da própria administração que o emprega. Desta maneira, não poderá ser isento nas ações de acompanhamento e fiscalização da própria administração pública”.
A Associação, na ocasião, também contestou o fato de ter sido feita uma eleição para a nova composição do Conselho, pois de acordo com a Lei 6751/2013, “que cria o Conselho Municipal de Cultura e dá outras providências”, não existe eleição para o conselho, e sim, indicação de nomes de representantes por parte de cada entidade que o compõe. Para resolver esse problema, os eleitos para os demais segmentos culturais irão requerer às respectivas entidades que encaminhem um ofício formalizando suas indicações.
Essa iniciativa, segundo o membro fundador e gestor de projetos da Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, Genildo Coelho, foi necessária para que não fosse preciso fazer escolhas de novos representantes e “voltar para a estaca zero”. As duas medidas adotadas foram bem-vindas pela entidade. “O Conselho entendeu que se ele está ilegal, todas as decisões que partirem dele serão ilegais”, diz, destacando que, por estar nessa situação, o conselho não pôde, por exemplo, analisar as candidaturas para avaliadores da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Rubem Braga.
Quando a eleição para o Conselho aconteceu, outro problema apontado pela associação foi o fato de que a eleição, online, cerceou a participação de pessoas do segmento da cultura popular, pois muitos não têm acesso à internet.

Políticas para patrimônio imaterial
A Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim marcou para o próximo sábado (11), uma reunião que já tem presença confirmada do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Cultural (Iphan) e da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). A Secretaria Municipal de Cultura também foi convidada, mas ainda não confirmou presença. “Queremos discutir a política cultural para patrimônio imaterial, pois não tem plano municipal de cultura, por isso, vamos propor um plano setorial”, informa Genildo.

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