Anúncios de bônus e reajuste para agentes da PC elevam a temperatura e as cobranças do funcionalismo ao governo Casagrande
A concessão de bônus financeiro para servidores da educação e da saúde e de reajuste salarial escalonado de 20% para os agentes da Polícia Civil, anunciados nesta semana, elevaram a temperatura e a pressão do funcionalismo público ao governo Renato Casagrande, na reivindicação pela recomposição inflacionária, polêmica que rola desde o ano passado. Com uma série de ofícios, protestos e críticas na conta da gestão estadual, o acirramento envolve diferentes categorias reunidas na Pública – Central do Servidor e a frente unificada formada por policiais militares e civis. O atendimento a algumas áreas gerou cobrança por isonomia e, mais uma vez, por diálogo, para que a recomposição ocorra tão logo se inicie o próximo ano, contemplando 2020 e 2021, considerando o fim da vigência da lei federal que o governo aponta como impedimento para os pagamentos. No caso dos servidores da Pública, a demanda já havia sido reforçada na semana passada, após o protesto dos servidores da Saúde no Palácio Anchieta, que terminou com compromisso firmado por Casagrande de corrigir as diferenças salariais de todas as categorias de auxiliares da saúde, realizar reajuste salarial e do ticket alimentação, e conceder o abono, este último já concretizado, junto com o do magistério. O reajuste na Polícia Civil, por sua vez, gerou descontentamento na área da Segurança Pública. Comunicados internos consideram que a medida aumenta o abismo entre o salário inicial da base da PM e da PC e convocam para mobilizações exigindo o mesmo. No início de 2020, após uma longa e acirrada negociação, o governo e as categorias militares fecharam um acordo de três reajustes de 4%, mais as revisões inflacionárias anuais, que acabaram empacadas na pandemia. É nesse clima que os servidores se reunião em assembleia geral nesta sexta-feira (10), com possibilidade de deflagração de greve em alguns setores. A pergunta que não quer calar: como o governo Casagrande vai contornar a crise e acalmar os ânimos? Com um agravante a mais: em ano pré-eleitoral, sobram personagens à espera de um tsunami político.
Impunidade
A Corrente Sindical e Popular Residência e Luta Educação ES publicou nota nas redes sociais em solidariedade ao trabalho da equipe de Século Diário que sofreu intimidação no plenário da Câmara de Vereadores, em pleno exercício profissional e local público, por parte de Gilvan da Federal (Patri) e Armandinho Fontoura (Podemos). “A postura agressiva e desrespeitosa desses vereadores é recorrente, sendo premiados com a impunidade”, apontou.
Impunidade II
A Corrente destaca que os dois, vazios de argumentos qualificados, utilizam a violência como método para obterem projeção política”. E que embora a presidência da Casa Legislativa – Davi Esmael (PSD) – tenha defendido a liberdade de imprensa, Gilvan e Armandinho foram apenas advertidos verbalmente.
Providências
O grupo também se manifesta contrário à limitação da participação de cidadãos nas galerias da Câmara, medida adotada recentemente por Davi Esmael. A nota exige, portanto, não só a adoção de medidas efetivas para garantir o livre trabalho dos veículos de comunicação, como a presença da população no acompanhamento das sessões. A tal “Casa do Povo”, hein?!
Mesma base
Uma publicação do deputado federal Neucimar Fraga (PSD) nas redes sociais, do evento de filiação ao União Brasil do colega de plenário Felipe Rigoni (ex-PSB), rendeu comentários. Posicionado entre Rigoni e Guerino Zanon (de saída do MDB), ele comentou: “Linhares quer governar o Espírito Santo”. O prefeito e o parlamentar são do município, mas integram, por ora, grupos diferentes na disputa.
Cenários
A chegada ao União Brasil reacendeu declarações passadas de Rigoni de interesse em se candidatar ao Palácio Anchieta. Mas o partido é comandado no Estado pelo ex-senador Ricardo Ferraço, que se mantém próximo ao governador Renato Casagrande. E mudo! Ferraço não diz absolutamente nada sobre 2022.
Cenários II
No caso de Guerino Zanon, o projeto envolve o ex-governador Paulo Hartung (sem partido), contando também no grupo com o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) e o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos). O prefeito de Linhares precisa, para isso, deixar o MDB, onde esbarra em resistências. A legenda que apareceu como possibilidade, até agora, foi o próprio PSD, de Neucimar, que mira todos os lados do cenário eleitoral, inclusive em movimentos contraditórios.
Enquanto isso…
Guerino, Audifax e Erick seguem em articulações pelo Espírito Santo. No caso do prefeito de Linhares, comenta-se de um jantar que teria sido promovido na Ilha do Boi, onde palestrou para o empresariado. O encontro, como dizem, foi promovido pelo ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Marcos Guerra.
Páreo
Do partido Republicanos, Guerra chegou a anunciar candidatura a vice em Colatina em 2020, na chapa derrotada de Luciano Merlo (Patri), mas recuou, alegando priorizar a eleição à Câmara Federal em 2022. Está no páreo.
Troca-troca
Após mais um convite do PTB ao ex-deputado federal Carlos Manato para disputar o governo do Estado, com assinatura de um “protocolo de intenções”, o Tenente Assis (PTB) mudou novamente sua candidatura para 2022. Lá atrás, anunciou que disputaria o Senado, depois, ao lado do então presidente nacional, Roberto Jefferson, mudou para a Câmara dos Deputados, e, agora, voltou para o Senado.
Aliança
Desta vez, o comunicado veio por vídeo com a nova presidente do PTB, Graciela Nienov, que assumiu a cadeira de Jefferson, ainda preso. Ela, Assis e Manato aparecem juntos, divulgando ainda a formalização do compromisso de caminharem juntos no próximo ano, na mesma coligação, independentemente do palanque de Manato se consolidar pelo partido. Mas na falta do PTB, onde cairia o ex-deputado, barrado no PL de Bolsonaro e Magno Malta?
Nas redes
“Cariacica e Vila Velha já autorizaram. A equipe de Vitória sempre foi classificada como ótima, agora é a única que demora para aprovar o Aquaviário. Luta política que prejudica o povo é inaceitável”. Fabrício Gandini, deputado estadual pelo Cidadania.
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