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​Comitê mobiliza abaixo-assinado contra a venda da Banestes Seguros

Meta é percorrer todo o Estado, com apoio da sociedade civil e entidades, para fazer coleta de assinaturas

O Comitê em Defesa do Banestes Público Estadual, coordenado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários), dará início neste sábado (11) a um abaixo-assinado contra a venda da Banestes Seguros (Banseg). A primeira coleta de assinaturas será na feira de Jardim da Penha, em Vitória. A ideia é circular por todo o Estado, com o auxílio de entidades da sociedade civil, como igrejas, sindicatos e movimentos sociais.

O secretário-geral do Sindibancários, Jonas Freire, afirma que a iniciativa será “uma grande união da sociedade civil organizada contra a privatização da seguradora”. Ele aponta a necessidade de “denunciar o dano ao patrimônio público e o descumprimento do compromisso firmado por Renato Casagrande nas eleições 2018, quando garantiu que não privatizaria o banco público estadual”.

Jonas informa que a seguradora contribui com 10% do lucro do banco e que, nos últimos cinco anos, repassou cerca de R$ 37 milhões para o governo do Estado, que tem 92% das ações, mas quer vender 51%, tornando-se acionista minoritário. “São recursos que retornam à sociedade em forma de investimentos em áreas como saúde, educação, saneamento e assistência social. Não tem justificativa para vender um patrimônio público de mais de meio século, que goza de credibilidade é viável e rentável”, destaca.
Em janeiro, quando as praias passam a ser mais procuradas pela população, o Comitê também fará ações nesses locais, não somente com coletas de assinaturas, mas também com distribuição de brindes alusivos à campanha contra a privatização da Banseg.

Outra aposta do Comitê é a participação em Tribuna Livre das Câmaras de Vereadores. O sindicato já ocupou o espaço na capital Vitória e em Colatina, noroeste do Estado. Jonas informa que a ideia é buscar outros municípios, como os demais da Grande Vitória; Linhares, no norte; Cachoeiro de Itapemirim, no sul; e Castelo, na região serrana.

Na Assembleia Legislativa, o Comitê pleitea uma audiência pública “para fazer um debate mais aprofundado”, além de dialogar com os deputados estaduais para que se posicionem contrários à venda.

O secretário-geral do sindicato relata que foi contratado um consultor para analisar de maneira mais aprofundada o processo de privatização e os impactos da venda da seguradora para o Espírito Santo e o sistema Banestes. A expectativa da gestão de Renato Casagrande (PSB) era de que a Banseg fosse vendida até 30 de novembro, mas, como isso não ocorreu, acredita-se que haja tentativa de privatização até o início de 2022, como alerta Jonas.


Ele critica ainda que não há transparência a respeito da venda da Banseg. Em 25 de agosto, o Comitê se reuniu com o presidente do Banestes, Amarildo Casagrande, quando foi informado que caberia ao Banco Genial a incumbência de indicar, entre as candidatas para assumir a seguradora, qual a empresa mais qualificada para a operação. De lá pra cá, afirma Jonas, o banco não tem divulgado nenhuma novidade sobre o assunto.

Nessa mesma reunião, o presidente da instituição financeira se comprometeu a fazer a interlocução entre o Comitê em Defesa do Banestes e Renato Casagrande (PSB), mas não houve retorno. O Comitê já havia encaminhado ofício solicitando uma conversa com o governador, também sem êxito.

No dia cinco de novembro, o Comitê realizou uma manifestação na entrada do edifício Palas Center, no Centro de Vitória, onde funciona a administração central da instituição financeira. Compareceram ao ato, além dos trabalhadores bancários, representantes de entidades como o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, CSP Conlutas e mandatos da deputada estadual Iriny Lopes (PT) e da vereadora de Vitória Camila Valadão (Psol).
O Comitê em Defesa do Banestes Público Estadual, criado na década de 90, foi rearticulado este ano devido ao anúncio da venda de parte das ações da Banseg. Surgiu no governo do presidente Fernando Collor de Melo, em virtude da ideologia privatista que ele defendia. Entretanto, ganhou força no de Fernando Henrique Cardoso, quando foram privatizadas diversas empresas, entre elas, bancos estaduais.
O próprio Banestes quase passou por um processo de privatização na gestão do ex-governador José Ignácio Ferreira e no primeiro mandato do ex-governador Paulo Hartung, que tentou vender o banco em uma negociação com o Banco do Brasil.

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