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Entidades de servidores mantêm protestos e repudiam uso político do movimento

Movimento dos servidores foi confrontado por bolsonaristas que tentaram tumultuar a assembleia 

Divulgação

A assembleia unificada de entidades de servidores públicos do Estado, realizada na manhã desta sexta-feira (10) em frente ao Palácio Anchieta, Centro de Vitória, decidiu manter as pressões reivindicatórias por recomposição salarial e repudiou qualquer uso político das ações. Durante a manifestação, grupos bolsonaristas tentaram tumultuar o protesto.

No final da reunião, os servidores públicos mantiveram a pauta de não aceitar recomposição abaixo da inflação, que nesta sexta-feira atinge 10,74%, calculada nos últimos 12 meses, segundo Iran Milaneze, dirigente da Pública – Central do Servidor. “Queremos uma resposta do governo ao nosso ofício entregue no dia 28 de outubro”, diz Iran, cobrando, ao mesmo tempo, “as promessas de campanha do então candidato Renato Casagrande”. A reivindicação atinge 59, 59% de perdas referentes a 2020 e 2021.

Com bandeiras do Brasil, no estilo bolsonarista, esses manifestantes, que não fazem parte do movimento organizado pela Pública, se colocaram em frente ao carro de som dos servidores. O grupo, com alguns identificados como policiais, tentou estabelecer uma ação paralela, com falas cujo teor é oposto aos dos servidores organizados na assembleia unificada.

A manifestação de servidores, que conta com a participação de vários sindicatos, de associações e da Frente Unificada de Valorização Salarial (FUVS), que reúne servidores da área de segurança, reforça Iran, está concentrada unicamente em ações visando a recomposição salarial. Nesse sentido, os servidores compartilham com o posicionamento do movimento de Policiais Antifascismo, que nesta sexta-feira divulgou nota contrária às ações paralelas registradas durante a manifestação em frente ao Palácio Anchieta.

A nota diz que é “importante informar à sociedade capixaba que a manifestação organizada para esta data está sendo planejada nos bastidores por um pequeno grupo de militares do alto escalão da PMES [Polícia Militar] e de outras instituições, nomeadas na convocação. Portanto, trata-se de uma manifestação antidemocrática, orquestrada de cima para baixo”.

Em outro trecho, salienta que “não há consenso nas bases da PMES e das outras instituições em relação a esta mobilização. Pelo contrário, as bases, principalmente a da PMES, encontram-se temerosas em se manifestar, pois muitos ainda colhem o saldo traumático de 2017”, referindo-se à paralisação geral da polícia ocorrida em fevereiro daquele ano, na gestão Paulo Hartung, e relacionando-a com movimentos de bastidores que “querem estabelecer uma mobilização na base da força”.

“Frisamos, uma vez mais, que essa manifestação está sendo dirigida nos bastidores por um grupo oportunista que, além de perfilarem os quadros reacionários das instituições, atentam contra os princípios democráticos e republicanos”, aponta, e complementa: “O Movimento Policiais Antifascismo busca a construção de um modelo de segurança pública democrático e popular, onde o trabalhador policial seja valorizado, ouvido e respeitado pelos seus superiores e pela sociedade”.

E prossegue: “É crítico da política de segurança pública do Governo do Estado, ao modelo de polícia e ao descaso com os trabalhadores policiais das bases. Entretanto, é evidente que a iniciativa em questão atende unicamente aos interesses das altas castas institucionais e à conveniência política e eleitoral, destinando às bases nada além de sacrifício pessoal, perda da carreira e adoecimento”.

Na conclusão, afirma a nota: “Vivemos uma época de pandemia, desemprego em massa, crescimento da fome, violência contra mulheres, crianças e adolescentes, assassinatos da juventude negra e periférica em nome da guerra às drogas e repudiamos qualquer método que espalhe mais insegurança e medo entre a população, já exposta a tantas violências”.

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