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Divisões internas nos partidos dificultam formação de chapas para 2022

Vinícius Simões, presidente do Cidadania em Vitória, defende a necessidade de manter a aliança com o PSB

CMV

“A gente vai ter que conversar”. A frase do presidente do partido Cidadania em Vitória, Vinícius Simões, traduz de forma bastante explícita as articulações políticas a 10 meses do primeiro turno das eleições de 2022, com a finalidade de acomodar seus quadros no campo das possibilidades eleitorais seguindo diretrizes do campo majoritário da disputa para presidente da República e, também, governador do Estado. Um quadro que se estabelece também em outros partidos, em movimentos nem sempre harmoniosos, que provocam dificuldades para a formação de chapas.

A fala de Vinícius Simões, ex-vereador da Capital sem mandato desde 2020, refere-se à divisão interna do seu partido, que abriga o ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende e o deputado estadual Fabrício Gandini, derrotado na eleição da Prefeitura de Vitória pelo atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Esse afastamento é promovido pelos vereadores Denninho Silva, mais votado nas últimas eleições, Luiz Emanuel Zouain e Maurício Leite, que destoam das diretrizes partidárias.

A conversa proposta pelo ex-vereador é por conta do alinhamento dos vereadores ao prefeito, que os leva a atuar no campo oposto ao de Gandini e de outros quadros importantes do Cidadania. Vinícius Simões, que assumiu o diretório municipal na semana passada, substituindo a ativista Simone Majeski, aponta a necessidade de manter a “aliança histórica do Cidadania com o PSB”.

Liderado no Estado pelo governador Renato Casagrande, potencial pré-candidato à reeleição, o PSB atua no campo contrário ao Republicanos e constrói um cenário com potencial suficiente o bastante para trincar essa relação. Isso caso se consolide o alinhamento dos vereadores a Pazolini, um dos principais apoiadores da pré-candidatura ao governo do deputado Erick Musso (Republicanos), que poderá comprometer inclusive candidaturas apontadas como valiosas para o partido.

Entre elas a reeleição de Gandini, e de Vinícius Simões à Câmara dos Deputados e, ainda, a do ex-prefeito Luciano Rezende, apontado como candidato a um cargo eletivo ainda não definido para o público.

Ainda no campo da direita, o PSDB, à mingua no cenário nacional e também no Espírito Santo, segue alinhado ao governador Renato Casagrande, por meio do deputado Vandinho Leite, presidente da Executiva no Estado, em meio a movimentos do ex-governador e ex-deputado federal César Colnago, em busca de espaço para consolidar uma candidatura ao governo.

Semana passada, mais precisamente no dia 9, Colnago se reuniu com um grupo de ex-integrantes da gestão do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), em São Paulo, em mais uma tentativa de achar espaço. Presentes os ex-secretários Otaciano Neto (Agricultura), Haroldo Rocha (Educação) e José Carlos da Fonseca Junior, o Zé Carlinhos, que foi chefe da Casa Civil, o único que, mais recentemente, tem acompanhado o ex-governador, sinalizado no mercado como provável candidato ao Senado.

Nos bastidores, a notícia é que Paulo Hartung disputaria o Senado, com o objetivo de vir a ocupar um ministério no próximo governo federal, tendo a garantia de um mandato. Caminho difícil, considerando sua campanha em defesa de uma terceira via para a eleição presidencial, projeto sem qualquer perspectiva favorável.

Os presidenciáveis mais próximos do ex-governador não prosperaram. Luciano Huck sequer colocou candidatura em campo e o ex-juiz parcial Sergio Moro, apesar da cobertura da mídia convencional, não passa dos 9% nas pesquisas eleitorais, batendo Ciro Gomes (PDT) e bem atrás de Jair Bolsonaro, com pouco mais de 21%, e do ex-presidente Lula, com 48% e chances de levar ainda no primeiro turno.

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