Passaram-se um ano e meio da visita técnica das gestões de Renato Casagrande (PSB) e do então prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania), ao Morro da Piedade, na região do Centro, quando se comprometeram a atender 15 demandas apresentadas pela comunidade em um plano de ação. Entretanto, em 2020 pouco ou quase nada foi feito, situação que se repetiu este ano.
A vice-diretora do Instituto Raízes, Mariana Cristina Ramos de Araújo, recorda que entre as reivindicações estão a construção de uma praça, na qual também querem que seja instalada uma base da Polícia Militar (PM). Entretanto, o que foi feito até o momento, foi somente um chão batido com cimento, em 2020. Nada de mesas, cadeiras, brinquedos, área de prática esportiva e outros itens contidos no projeto, nem a base da PM.
“A comunidade até usa o espaço. Coloca cadeira, senta para tomar cerveja, conversar. Tem igrejas evangélicas que fazem culto ali, mas queremos que de fato seja feito algo. A ideia é que se tenha um espaço de lazer estruturado”, diz. Outra reivindicação são ações articuladas de saúde, educação e outras políticas públicas, inclusive, com atendimento psicológico nas escolas, pois têm crianças e adolescentes traumatizados com a violência ocorrida na comunidade.
Essas ações, afirma Mariana, também não saíram do papel, assim como a atuação de agentes de saúde no território e a limpeza e capinagem do local. Esse último, aponta, foi feito recentemente para o lançamento de um projeto da prefeitura, mas não é algo que tem sido realizado com frequência, fazendo com que o mato cresça, impossibilitando até mesmo a locomoção das pessoas e causando sensação de insegurança.
Os participantes, acompanhados da PM e do pároco da Catedral Metropolitana de Vitória, Renato Criste, que conduziu uma celebração, fizeram algumas pausas para momentos de reflexão. No decorrer do ato, os participantes seguraram cartazes apontando para a responsabilidade do Estado diante do extermínio de jovens, pedindo paz na Piedade e destacando que “vidas negras importam”.