Indicativo de greve é uma das estratégias de mobilização contra proposta de Reforma Administrativa
Apesar de não ter sido votada em plenário no ano de 2021, conforme desejava o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, que trata da Reforma Administrativa, é uma das motivações para o indicativo de greve unificada dos servidores públicos federais em fevereiro próximo. Os trabalhadores também estudam a possibilidade de uma paralisação em janeiro.
A integrante do Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade e diretora da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), Junia Zaidan, informa que, além da PEC, outro fator que motiva o indicativo de greve é a reivindicação de recomposição salarial, uma vez que os servidores públicos federais estão há cinco anos sem correção. A unificação dos servidores, acredita, é resultado das mobilizações contra a reforma, que uniu diversas categorias.
Essas mobilizações, afirma, fizeram com que a PEC não fosse para o plenário em 2021. De acordo com ela, análises feitas pelos movimentos dos servidores concluem que as diversas manifestações feitas desde 2020 fizeram com que parlamentares que não se posicionavam sobre a proposta do governo Bolsonaro se declarassem contrários. No Espírito Santo, informa, isso aconteceu com os deputados federais Neucimar Fraga (PSD) e Ted Conti (PSB).
Junia informa que o deputado federal Helder Salomão (PT) sempre se posicionou contrário, já Evair de Melo (PP) foi favorável desde o início, e Felipe Rigoni (PSB) assumiu a mesma postura. Os demais continuam sem se manifestar sobre o tema. A diretora da Adufes não descarta a possibilidade de a PEC não ser votada em 2022. “Pode ser que não seja votada no ano que vem, pois é pouco provável que se consiga os 308 votos necessários para a aprovação. O governo foi vendo que não tem força para aprovar, por isso que não foi ao plenário”, diz.