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Helder Salomão acha ‘lamentável e equivocado’ veto de Renato Casagrande ao PT

Para Helder Salomão, é fundamental construir a unidade no campo da esquerda para derrotar o bolsonarismo

“Acho um equívoco, muito lamentável, ele ser contra a formação de uma federação com o PT”, disse o deputado federal Helder Salomão a Século Diário na manhã desta terça-feira (4), ao rebater declaração do governador Renato Casagrande (PSB), divulgada na imprensa nacional, quando afirmou ser contra seu partido integrar uma federação com outras legendas de esquerda, como PT e PCdoB.

“Temos que juntar e não criar dificuldade, garantindo que não haja vetos porque, a meu ver, não ajuda a unificar as forças para derrotar o bolsonarismo”, afirmou Helder, e acrescentou: “O que é ruim é a gente estabelecer vetos, especialmente ao PT, que tanto contribuiu para o Espírito Santo, para o Brasil e hoje tem o candidato a presidente da República que lidera todas as pesquisas e que tem, obviamente, grandes chances na disputa eleitoral deste ano”. 

O posicionamento de Casagrande é visto no mercado como uma nova estratégia do PSB, a fim pressionar o PT a retirar a candidatura do ex-ministro e ex-prefeito paulista Fernando Haddad na disputa ao governo de São Paulo, para favorecer a pré-candidatura do ex-governador Márcio França, que está atrás nas pesquisas.

A movimentação envolve também Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde as articulações ganharam mais intensidade depois da filiação do senador Fabiano Contarato ao PT, apresentado como potencial pré-candidato ao governo do Estado nas eleições de outubro deste ano.

“Ser contra a federação é um direito que o governador tem; agora, expressar uma posição contra o PT eu acho uma posição lamentável porque o partido já colaborou, e muito, com a trajetória política dele. E hoje o PT tem o principal pré-candidato à presidência da República e parcerias importantes no âmbito nacional. Causa-me estranheza”, comentou o parlamentar.

Ele entende que é preciso “avançar para consolidar um bloco político no país que seja forte pra nós enfrentarmos esse governo autoritário, fascista, genocida, liderado pelo Bolsonaro”. Para que isso ocorra, Helder Salomão aponta: “É fundamental que construamos a unidade no campo democrático popular, no campo da esquerda. PT, PSB, PCdoB, Psol, Rede e outros partidos praticam a unidade na ação política em Brasília e eu acho que é preciso considerar isso, porque são forças políticas democráticas, progressistas e populares, também no Espírito Santo. Então é muito ruim ele [o governador] vetar o Partido dos Trabalhadores”.

Para o deputado, “tem que haver cautela, generosidade e capacidade de unificar essas forças em torno de um programa para derrotarmos esse projeto de morte que está no país. Por isso, acho que a gente tem que aprofundar o debate sobre a federação até o final de março”, prazo final para registro na Justiça Eleitoral.

“Há posições diferentes, que devem ser respeitadas, considerando não haver consenso nem no Partido dos Trabalhadores, pois a federação é uma novidade na política brasileira. Eu considero um avanço qualitativo porque é um sistema programático e não alianças pragmáticas pensando apenas na próxima eleição”, comentou.

O parlamentar disse que o partido pretende continuar o debate com o PSB, PCdoB, Psol, Rede, PV, porque a unidade e a união dessas forças políticas são fundamentais e destacou: “Não podemos pensar em nosso próprio umbigo. As questões regionais elas são importantes, o Estado tem suas realidades, que precisam ser analisadas, agora, não dá pra nós olharmos só para nós e não pensarmos que estamos vivendo um caos econômico social no Brasil”.

Questionado sobre a possibilidade de o PT lançar Fabiano Contarato ao governo, a persistir o impasse em torno de uma aliança com o PSB, Helder Salomão afirmou: “O senador Contarato, recém filiado do Partido dos Trabalhadores, é uma liderança que precisa ser considerada, respeitada e que tem uma grande representação política na sociedade capixaba. Portanto, é um nome que, naturalmente, será colocado para debate”.

Ressaltou a questão da unidade, mas enfatizou: “Se não tivermos convergências com os demais partidos nesse debate o senador Contarato é um nome que está colocado para a disputa. Mas não queremos impor a nossa tese a ninguém, queremos é conversar para buscar a unidade, no âmbito nacional e no Estado do Espírito Santo, que consideramos importante para enfrentamento as forças de extrema direita”.

Para ele, esse assunto será definido pelo partido, porque caso haja conversas que sejam convergentes, o PT “pode firmar uma aliança política, numa federação, em que não apresente cabeça de chapa, isso é possível. O que não ajuda é qualquer tipo de veto. Não ajuda, atrapalha e dificulta as conversas no Estado e no plano nacional”.

O deputado apontou que “nenhum desses partidos será vitorioso eleitoralmente se não tiver a capacidade de construir alianças programáticas e não apenas pragmáticas; nesse sentido é que eu vejo a federação como uma possibilidade nova, já experimentada em vários países, de formas diferentes, como, por exemplo, o Uruguai, o Chile, a Alemanha. Mas essa discussão vai se aprofundar muito mais. Volto a dizer que não podemos nos dar ao luxo de nos dividir, porque a divisão no campo político pode significar a derrota. Precisamos buscar forças para derrubar o projeto de morte liderado pelo presidente da República e pelos seus apoiadores, no âmbito nacional e também aqui”.

Helder Salomão confirmou que seu nome está colocado para concorrer à reeleição à Câmara Federal, mas destaca que o partido ainda não está fechado em nenhuma posição. “Agora, o que nós não abrimos mão é de construir um palanque pro ex-presidente Lula no Estado e queremos contribuir para unir as forças progressistas, democráticas no campo da esquerda, para fortalecimento de um projeto nacional. E quem acha que pode ganhar a eleição sozinho está enganado”.

Independente da criação ou não de uma federação, o deputado entende que a tarefa principal é unir as forças de esquerda em torno de um projeto nacional e também estadual. “Temos que construir um palanque nacional e um palanque estadual, que permitam que a gente possa construir a unidade que garanta a eleição para o governo do Estado, para a Assembleia Legislativa e a bancada federal

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