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Ano eleitoral começa favorável a Casagrande em cenário de incerteza

Governador terá que superar barreiras tanto no campo da direita quanto entre progressistas

O governador Renato Casagrande (PSB) seria reeleito para um segundo mandato, o quarto de sua trajetória política, se a eleição fosse hoje. A projeção não é de nenhuma pesquisa eleitoral, mas do mercado político, formulada com base nas articulações partidárias em andamento. São considerados não somente o âmbito local, mas, também, o cenário nacional, com peso significativo para alterar o cenário, ainda cheio de incertezas.

Uma situação decorrente de dificuldades para a criação das federações partidárias e de um nome para incorporar a candidatura da chamada terceira via para concorrer à presidência da República. A tarefa é difícil no campo da direita, que desembarcou da nau sem rumo comandada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e é monitorada por integrantes das Forças Armadas que ocupam postos chaves do governo federal. Nessa corrida, o ex-juiz suspeito Sergio Moro (Podemos) surge à frente, incensado pela mídia convencional, pavimentando terreno para novos atores aqui no Estado.

As alterações desse quadro devem começar a partir do final de fevereiro, quando já estarão definidos novos personagens, tanto nas chapas para deputado estadual e federal, quanto à disputa ao governo e ao Senado, em nível local, e no âmbito nacional. Até lá, Moro estará confirmado como pré-candidato da terceira via, caso não opte pelo Senado, abatido pelo volume de denúncias que já começam a aparecer, mantendo-se a polarização entre o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, e Bolsonaro, o cenário mais provável.

No campo da esquerda, o nome do senador Fabiano Contarato, agora filiado ao PT, é avaliado como o fato mais relevante neste início de ano, quando o partido se prepara para realizar uma festa de apresentação do seu mais novo integrante, no momento em que atinge o patamar do mais bem aceito pelos brasileiros. O senador é apontado como pré-candidato ao governo, e, de acordo com projeções do mercado, se concretizada, sua candidatura pesaria contra a campanha de reeleição de Casagrande.

É nesse contexto que o ex-senador Ricardo Ferraço é sinalizado no mercado como vice na chapa do atual governador para a reeleição. Os dois tiveram um primeiro encontro em setembro do ano passado, na época em que se concretizava a fusão PSL/DEM, criando o União Brasil, presidido no Estado por Ricardo.

Ausente da política desde a acachapante derrota na disputa à reeleição, em 2018, o ex-senador se mantém ativo e representa um reforço da ala dos que se mostram insatisfeitos com Bolsonaro, mas, em contrapartida, querem manter a política neoliberal implantada no governo de Michel Temer, quando foram iniciadas as reformas que retiraram direitos da classe trabalhadora.

Como seu oponente, Casagrande terá também o ex-deputado federal Carlos Manato, ainda às voltas para qual partido irá, com tendência de filiação ao PTB, representante da corrente bolsonarista, que poderá fechar aliança com o Republicanos, por conta da normalização das relações entre a cúpula do partido, que passa pela igreja Universal do Reino de Deus, do empresário Edir Macedo, e o núcleo principal da gestão bolsonarista.

Nesse caso, o deputado Erick Musso, será forçado a se contentar com um lugar na chapa para concorrer à Câmara Federal por outro partido, nesse caso o PSDB, já que, no Republicanos, a maior articulação é para reeleger o deputado federal Amaro Neto e garantir a filiação da também deputada federal Soraya Manato (PSL), alinhando-o à campanha do ex-deputado Manato, casado com Soraya e um dos coordenadores do bolsonarismo no Estado. Pesa contra a pré-candidatura de Erick o fato de ele ser pouco conhecido fora do âmbito do Poder Legislativo, apesar de ocupar o cargo de presidente da Assembleia por três mandatos consecutivos.

Mesma situação do prefeito de Linhares, Guerino Zanon (oscilando entre se filiar ao Podemos e o União Brasil). Com uma gestão bem avaliada, encontra dificuldade por também não ter conseguido ampliar os espaços para além do seu município, reduzindo, em consequência, a densidade eleitoral, segundo avaliação de lideranças políticas. É sinalizado como em desvantagem quando comparado aos movimentos do ex-prefeito da Serra Audífax Barcelos (Rede), que se articula com maior intensidade nos municípios do interior e na Grande Vitória.

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