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Sindicato denuncia sobrecarga de trabalho em Unidades Básicas de Saúde de Vitória

Gestão de Lorenzo Pazolini contratou médicos, mas faltam profissionais de enfermagem, diz Sindienfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo (Sindienfermeiros) tem recebido queixas da categoria em relação à sobrecarga de trabalho na rede municipal de saúde de Vitória, principalmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que tiveram horário de atendimento ampliado até às 19h, inclusive, aos finais de semana e feriados. Essas unidades são as da Praia do Suá, Conquista, Maria Ortiz, Jardim Camburi, Maruípe e Santo Antônio.

A gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) alega que, diante do aumento de 50% na procura por atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios de baixa gravidade nos Pronto Atendimentos (PAs) da capital, foi feita a ampliação, fazendo com que as Unidades funcionem “como retaguarda dos serviços de urgência”. A meta, afirma a gestão, é ofertar mais 4,3 mil consultas com o incremento de 166 profissionais no atendimento.

A presidente do Sindienfermeiros, Valeska Fernandes de Souza, afirma que foram contratados mais médicos, entretanto, conforme destaca, “eles não fazem atendimento sozinhos”, sendo necessária a contratação de profissionais de outras categorias, como a da enfermagem, que está com sobrecarga de trabalho e, até mesmo, sendo agredida pelos pacientes. “Tem setor sendo fechado por não ter profissional suficiente, quando isso acontece, a população cobra, agride verbalmente”, diz.
Valeska destaca ainda que “o médico não vai para a porta da Unidade de Saúde pegar o paciente pela mão e trazer para o consultório. Quem faz isso são os demais trabalhadores da saúde, da recepção, da enfermagem, o próprio diretor administrativo”.
Além disso, após a consulta, as pessoas têm que passar por outros setores, como a farmácia e a sala de medicação. “Porém, é cada vez menor o número de enfermeiros”, diz a presidente do sindicato, que informa que a entidade tem cobrado nomeação dos aprovados no concurso público, mas a gestão municipal, diante da reivindicação, dá “respostas vazias”.
Valeska também faz críticas às informações divulgadas por Lorenzo Pazolini e a secretária municipal de Saúde, Thais Cohen, nas redes sociais em 31 de dezembro, quando afirmaram que, nas 29 Unidades de Vitória, foram feitos cerca de mil atendimentos no último dia do ano. Nesse dia, o ponto facultativo foi suspenso, segundo a gestão municipal, por causa do aumento de pacientes com sintomas respiratórios.
“O paciente vem, passa pela acolhida da enfermagem, é um atendimento. Vai para o médico, é um segundo atendimento. Depois para a farmácia, um terceiro atendimento. Para a sala de medicação, quarto atendimento. Um único paciente tem quatro atendimentos, ou seja, não são mil pessoas atendidas. Cada setor corresponde a um atendimento”, enumera. 
Valeska relata que o movimento na rede municipal de saúde no dia 31 foi esvaziado e que depois das 13h teve Unidade que “foi uma paradeira só”. “Gastou com água, luz, hora extra. Tirou o trabalhador do convívio familiar suspendendo um ponto facultativo que é tradição de se ter”, denuncia.
Quando o ponto facultativo foi suspenso, Valeska afirmou para Século Diário que a medida não traria benefícios para os usuários nem para os trabalhadores, uma vez que, em épocas de festas de fim de ano e nos dias que antecedem o carnaval, as pessoas, mesmo com sintomas de alguma doença, não costumam procurar serviços de saúde, tratando-se com remédios caseiros ou até mesmo não buscando nenhuma alternativa de tratamento, fazendo com que haja uma procura maior pelos equipamentos de saúde após as festas.

O sindicato também reivindicou respostas sobre como seria o processo de trabalho interno nas Unidades. Na ocasião, Valeska relatou que a divisão do processo interno de trabalho no dia 31 ficou a cargo dos diretores da UBS, não havendo por parte da administração municipal um plano de gestão. De acordo com o que foi informado pelos profissionais à entidade, os diretores poderiam inclusive colocar todos profissionais para trabalhar no dia 31. “Agente de saúde, por exemplo, vai fazer atendimento na casa dos outros que estão em festa nesse dia?”, questionou a dirigente sindical.

Para o sindicato, em nota divulgada nas redes sociais, a suspensão do ponto facultativo foi uma tentativa da gestão de Lorenzo Pazolini de “conter a mídia negativa, que tem repercutido a lotação nos PAs de Vitória”. A entidade denunciou a falta de médicos em alguns setores nas unidades de saúde, principalmente depois das 16h, o que impossibilita o atendimento, uma vez que o enfermeiro, a partir de um determinado grau de adoecimento da gripe, não pode atuar sem a presença de profissionais da medicina.

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