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Guarapari pode ter greve de rodoviários em pleno verão

Trabalhadores convivem com salários atrasados pela Expresso Lorenzutti e podem parar a partir de sábado

Neste janeiro em que o município recebe grande fluxo de turistas e o mercado de trabalho está aquecido, o município de Guarapari está prestes a enfrentar uma greve dos motoristas de ônibus, que reduziria a 30% a circulação da frota. Depois de uma paralisação nesta terça-feira (11), o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guarapari (Sintrovig) aprovou um indicativo de greve para o próximo sábado (15).

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Segundo Enis Gordin, diretor de Comunicação do sindicato, a situação de atrasos no pagamento de salários e benefícios tem sido constante nos últimos anos por parte da empresa Expresso Lorenzutti, a única que opera o transporte público no município. “A categoria vem já há algum tempo sofrendo com atraso de salário. Estamos há dois anos fazendo acordos com a empresa, mas ela não cumpre. Ainda temos salário de março do ano passado para receber, parte do 13º, adicional de férias”, reclama. 

Ele considera que os trabalhadores têm sido bastante compreensivos com a situação da empresa, tanto que negociou vários acordos, porém, a paralisação de terça-feira mostrou que a paciência está novamente se esgotando. “O trabalhador está calejado. Ele tem que pagar as contas e sai todo dia para cumprir o papel dela. Então ele fica indignado, revoltado”.

A situação chegou a desembocar em greves e paralisações no primeiro semestre de 2021, terminados depois de vários acordos, que a empresa não tem cumprido, segundo os rodoviários. A questão foi parar na justiça, mas os pagamentos em períodos irregulares vem causando insatisfação e dificuldade de planejamento do orçamento doméstico para os trabalhadores e suas famílias, segundo o sindicalista.

Uma possibilidade para vencer o impasse, ao menos momentaneamente, seria a antecipação da compra por parte da Prefeitura Municipal de Guarapari das passagens concedidas para funcionários públicos, sendo estes recursos destinados para quitar os débitos da Expresso Lorenzutti com seus trabalhadores.

Se isso ocorrer, a greve seria suspensa, caso contrário ela poderia ter início a partir do sábado, ou, mais provavelmente, na segunda-feira. Ventila-se também a possibilidade de que haja reajuste na passagem, hoje a R$ 3,80 para deslocamento apenas no município de Guarapari. Para Enis Gordin, isso poderia representar uma vantagem para o poder público também, já que poderia adquirir a passagem de seus servidores com valor anterior ao aumento.

“Agora que está tendo turistas, os postos de trabalhos estão dobrados no município, tem mais pessoas comprando passagem e mais arrecadação da empresa. Se não acertarem as dívidas agora, depois é que não vamos receber mesmo”, alerta o trabalhador.

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