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Bolsonarismo ‘institucionalizou’ a violência a jornalistas e à liberdade de expressão

Para Suzana Tatagiba (centro da foto), seguidores de Bolsonaro disseminam a violência no Espírito Santo

Arquivo pessoal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus seguidores são os campeões de agressões à imprensa, aos jornalistas e à liberdade de expressão, segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que divulgou nesta quinta-feira (27) o “Relatório contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa no Brasil”. Para a presidente do sindicato da categoria no Espírito Santo, Suzana Tatagiba, “o bolsonarismo institucionalizou a violência contra a imprensa”, ampliando as formas de censura à liberdade de expressão.

O ano de 2021 foi mais um período de violência para os jornalistas brasileiros, com o estabelecimento de um novo recorde no registro de agressões diretas aos profissionais e ataques à categoria e a veículos de comunicação, afirma o relatório. Foram 430 ocorrências, duas a mais que as registradas em 2021, até então o ano mais violento para os jornalistas brasileiros, desde o começo da série histórica feita pela entidade.

No Sudeste, que durante anos foi a região campeã em números de casos, manteve-se como a segunda região mais violenta para o exercício da profissão, mesma posição ocupada em 2020. Foram 69 ocorrências (23,23% do total). “O Estado de São Paulo foi o mais violento da região e o segundo em nível nacional, com 45 casos (15,15% do total). No Rio de Janeiro, foram 12 casos e, no Espírito Santo, sete. Minas Gerais foi o estado da região com menor número de agressões contra jornalistas: quatro”.

O Espírito Santo, segundo Suzana Tatagiba, apesar de apresentar um número de casos baixo, registrou casos significativos, pois demonstra “uma violência institucionalizada”, que ocorreu depois que Jair Bolsonaro chegou ao poder. O cenário atual, construído pelo presidente da República, dissemina o clima de violência, promovido por bolsonaristas.

Suzana cita como exemplo o vereador de Vitória Gilvan da Federal (Patriota), que é alvo de processo movido pelo sindicato por ter atacado jornalistas no exercício profissional, veículos de imprensa e a liberdade de expressão. O processo tramita na Câmara de Vereadores. Segundo Suzana, não apenas Gilvan, mas, da mesma forma, o presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD), contribui para disseminar a violência, por ter um comportamento omisso.

O presidente Jair Bolsonaro, desde que assumiu a Presidência da República, em 1º de janeiro de 2019, tornou-se o principal autor de ataques a veículos de comunicação e jornalistas. Em 2021, repetindo a mesma posição ocupada nos dois anos anteriores, ele foi o responsável direto por 147 ocorrências (34,19% do total), a maioria delas tentativas de descredibilização da imprensa (129), mas também por 18 casos de agressões diretas aos jornalistas”, aponta o relatório”.


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