O evento, transmitido online, teve participação de senadores, deputados, dirigentes e militância do partido
Ao participar do evento de filiação do PT do senador Fabiano Contarato, na noite desta sexta-feira (18), o ex-presidente Lula destacou a pluralidade do partido, que “está sempre construindo”, e que deu “cidadania ao conjunto das forças de esquerda desse país”. Para, Lula, que lidera as pesquisas para presidente da república, o partido reuniu a militância que atuava muitas vezes na clandestinidade, antes de democratização na política brasileira. O evento foi conduzido pela presidente estadual do partido, Jackeline Rocha.
“Você vai perceber, companheiro Contarato, a nossa gratidão pelo fato de, eleito senador da República, derrotando o preconceito que eu sei que tem contra você, que tem contra os pobres, contra as pessoas que lutam pelos direitos humanos, você está dando a nós do PT o prazer de ficarmos muito lisonjeados, porque não é todo dia que nasce no Espírito Santo e no Brasil um político da tua dimensão”, disse Lula.
O evento foi realizado de forma online e contou com a participação, também, da presidenta nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, do líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), senadores Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA), Rogério de Carvalho (SE) e Jacques Wagner (BA), que esteve presente ao ato, e, ao discursar, ressaltou a coragem e o enfrentamento do senador, em reunião no Senado, ao ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua fala, Fabiano Contarato ressaltou a acolhida recebida dos senadores do PT logo que chegou ao Senado, em 2020, e disse que escolheu o partido porque é uma sigla voltada para os pobres, pretos, da população LGBTI+ e, emocionado, agradeceu a Lula “por tudo o que o senhor fez ao Brasil”. Em seguida citou projetos e programa sociais desenvolvidos nos governos de Luma Dilma, que não participou por se encontrar em Honduras, na posse da presidenta Xiomara Castro.
A filiação de Contarato movimentou a militância do PT, mesmo depois do cancelamento do evento presencial, por conta da Covid 19. Desde cedo, o triplex do Comitê Lula Livre, no encontro da rua Sete com a praça Costa Pereira, Centro de Vitória, ostentava uma faixa com os dizeres “Bem-Vindo Contarato”.
O aceno ganhou reforços por meio de frases como “Queremos Contarato governador”, Contarato, governador do Espírito Santo” e “Seja Bem-vindo, senador” nas redes sociais e nos comentários durante a transmissão do evento, iniciado às 18h, pontualmente, e encerrado às 19h20, quando o novo filiado recebeu a carteirinha do partido, aos gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. Divulgado pela militância e defendido por dirigentes do PT no Estado, o tema candidatura ao governo não foi tratado no ato.
O assunto cai na zona das conversas entre a cúpula do partido em nível nacional, para a formação de alianças visando reforçar a candidaturas de Lula à presidência da República, e o PSB, liderado no Estado pelo governador Renato Casagrande e provável candidato à reeleição, que é contrário ao PT. Apesar desse cenário, dirigentes petistas no Estado não escondem o desejo de ter Contarato como candidato ao governo.
O deputado federal Helder Salomão, por exemplo, afirma que “a filiação de Contarato fortalece o PT, o palanque do Lula e coloca o partido com mais força no cenário eleitoral capixaba. Ele é o nosso pré-candidato a governador”, embora ressalte que a decisão caberá à federação. Nos bastidores o assunto corre e o próprio Helder, potencial candidato à reeleição, é apontado como vice em uma chapa de Contarato. A vereadora de Vitória Karla Coser também.
Ela foi citada pelo pai, o ex-prefeito de Vitória João Coser (“..não pode vir, senador, mas mandou um abraço…”), interpretado como uma frase para marcar presença e abrir caminho para um futuro alinhamento. Nas saudações a Contarato, no entanto, nenhuma alusão ao assunto. O evento foi encerrado em clima festivo, puxado por Lula, que, provocativo ao senador Jacques Wagner, da Bahia, disse que viria ao Espírito Santo, para comer, porque “moqueca é capixaba, o resto é peixada”.