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O amor não sai da moda

Domingo tem Super Bowl … aquele jogo chato da bola chata

Assunto preferido de poetas e trovadores, até Salomão se aventurou no tema, e o vetusto Platão criou o amor platônico. Todo mundo ama, já amou, ou pretende amar e ser amado. I love you em Inglês; kjærlighet em norueguês; kocham em polonês; ife em Ioruba; ljubezen em eslovês… amour no alto da Torre Eifel, liefden em Berlim, amore na Via Apia… Romeu declarou nos braços de Julieta: Amor aeternus est. Nosso Vinicius de Morais foi mais realista, ou mais experiente: Que seja eterno enquanto dure.

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Será o amor diferente quando expressado em idiomas diferentes? Nesses tempos de Internet e Instagram, com abundância de sites de relacionamentos atendendo a todas as preferências, o amor continua igual. O que muda é o jeito de se chegar a ele. O assunto não se esgota nem cansa, quanto mais falamos no amor mais há o que falar, mais mistérios a revelar. Ou a calar, pois enquanto os extrovertidos discutem suas intimidades sentimentais em qualquer mídia, os tímidos mantêm seus sentimentos lacrados a sete chaves. Cada um tem um jeito de querer seu bem-querer.

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Quando pensamos que casamentos arranjados são coisas da Idade Média, muitos países hoje em dia ainda mantêm esse nefando costume. Entre os indianos que vieram para a América – e não são poucos – o tradicional casamento arranjado está sendo abalado pelos métodos franco-atiradores ocidentais. Os pais fazem tudo para impedir que os “costumes livres” da América venham abalar o modo como pretende que os jovens se casem. Os programas de televisão são rigorosamente controlados: tudo que fala em namoro, amor e romance é vedado. Quanto menos informação, melhor. Desconfio que só assistem os canais da National Geographic. 

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Se a modernidade facilitou quase tudo na vida, nas questões amorosas andou para trás. Movimentos sociais como o #MeToo inibem e amedrontam, qualquer um tem medo de dar um passo em falso. Fazer um elogio é avançar o sinal? Também deram mais força às agências de casamento, que prometem unir na terra o que não foi arranjado no céu. Se os computadores se intrometem em tudo, por que não no amor? Cada vez mais corações solitários procuram sua outra metade na Internet, com muitos finais felizes. 

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Domingo tem o Super Bowl, a grande demonstração de amor dos americanos pelo futebol americano. Aquele jogo chato da bola chata. Segunda, dia 14 de fevereiro é o Valentine Day – dia dos namorados. Em tempos de pandemia – essa teimosa que não nos ama – os festejos estão mais moderados. Assim mesmo, as comemorações já acontecem em todo o final de semana. Com ou sem vacina, os restaurantes ficam lotados, a venda de flores vai às alturas, e os cartões com mensagens de amor ou amizade já se esgotaram nas lojas. O que comprova que o amor não morre nunca, o que mata mesmo é o preço do feijão com arroz.

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