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‘Pior salário do país não vai ser admitido pela Perícia do Espírito Santo’

Servidores voltaram às ruas nesta terça-feira em protesto por valorização salarial e autonomia 

Na manhã desta terça-feira (15), os peritos do Estado se concentraram na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória, em uma manifestação rumo ao Palácio da Fonte Grande, de onde seguiram até o Palácio Anchieta. O protesto terminou em frente ao edifício Augusto Ruschi, onde fica a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger). A motivação foi o rompimento do diálogo com a categoria por parte da gestão de Renato Casagrande (PSB). “O pior salário do país e a falta de respeito com a autonomia funcional da Perícia não serão admitidos”, avisou o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti.

Elaine Dal Gobbo

O protesto desta segunda-feira foi o segundo em menos de uma semana. Nessa quarta-feira (9), os trabalhadores se manifestaram em frente ao Departamento Médico Legal (DML), em Santa Luíza, Vitória. Depois fecharam uma faixa de veículos da Reta da Penha, onde incendiaram um caixão, simbolizando a “morte da Perícia capixaba”.

Divulgação

Após esse protesto, cinco peritos foram convocados a prestar informações na Corregedoria Geral da Polícia Civil sobre supostas irregularidades na condução do ato. Uma delas seria a utilização de viaturas da Perícia no ato. A outra, a do caixão. A convocação foi classificada pelo Sindiperitos como “uma tentativa de intimidação da categoria”. Segundo Tadeu, alguns trabalhadores já compareceram à Corregedoria e a assessoria jurídica está à disposição dos servidores.

No ato desta terça-feira, também foi carregado um caixão pelas ruas. A ideia é que a simulação de um cortejo fúnebre seja feita em outras manifestações, inclusive nas inaugurações do Sistema de Informatização da Identificação Civil Criminal e do Sistema de Comparação Balística. Ao todo, relata Tadeu, são 10 inaugurações, mas sem data anunciada. A estimativa é de que a primeira seja ainda em fevereiro.

A categoria, ressalta Tadeu está muito insatisfeita. “Se buscava construir uma Perícia mais valorizada, autônoma, que acompanharia o que é praticado nacional e internacionalmente. A gente vinha sentando à mesa com o governo, com diálogo franco, com a categoria acreditando que o governo iria resgatar a valorização da Perícia depois de anos de desânimo, desvalorização e abandono de cargos por colegas para buscar outro rumo. Em qualquer estado que for, você vai ter um rumo melhor do que ficando na Perícia do Espírito Santo”, diz.

Tadeu informa que, até esta sexta-feira (18), as chefias da Perícia, inclusive a Superintendência, irão pedir exoneração de seus cargos sem que nenhum outro servidor assuma os postos, conforme deliberado em assembleia realizada na última quarta-feira. No momento, está sendo feita a coleta de assinaturas desses trabalhadores, para anunciar conjuntamente os pedidos de exoneração.
A realização da assembleia foi decidida após anúncio de reajuste de 6% para todos os servidores públicos estaduais, mais 4% para o pessoal da área de segurança pública, totalizando 10%. Os peritos dizem que receberam com surpresa a informação, uma vez que as negociações para que seus salários chegassem, pelo menos, mais próximo da média nacional, estavam sendo feitas junto à Secretaria da Casa Civil (SCV) e à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

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