Senador teve a candidatura ao governo lançada em meio a atritos entre o PT e o PSB de Casagrande
Com a assinatura do livro do PT pelo senador Fabiano Contarato, na noite desta segunda-feira (21), passando a pré-candidato ao governo nas eleições de outubro, potenciais candidatos a deputado federal, estadual e ao Senado ampliam a busca para reforçar as articulações, a fim de garantir a indicação de seus nomes para as chapas que serão formalizadas em meio a atritos para a formação da federação partidária da legenda. O ato será realizado na sede do partido, restrito a membros da executiva estadual.
O lançamento da pré-candidatura ocorre no momento em que o PT se afasta do PSB, no campo nacional, e se aproxima de outros partidos, como o PV, que poderá acomodar o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, indicado como vice na chapa presidencial de Lula, líder nas pesquisas eleitorais. No Espírito Santo, o cenário é semelhante, em decorrência da resistência do governador Renato Casagrande à aliança PT-PSB.
A já esperada pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Estado, anunciada nesse sábado (19), sacode o cenário político, a oito meses das eleições de outubro e, ao mesmo tempo, demonstra que divergências internas e entre aliados deixam o PSB do governador Renato Casagrande em um viés de isolamento, por conta de dificuldades impostas à formação de uma federação partidária com o PT. Essa constatação se faz no plano nacional e também entre lideranças no Espírito Santo.
A gota d’água nas complicadas articulações ocorreu por meio de declarações consideradas ofensivas de Casagrande endereçadas ao PT, ao reagir às críticas por ter sido o anfitrião do presidenciável Sergio Moro (Podemos), em visita ao Estado, pelo fato de o ex-juiz ter sido declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos da Lava Jato, que levaram o ex-presidente Lula à prisão. Juntadas a outros fatos, geraram descontentamento na cúpula do partido, que já articula aliança com o PV, reduzindo a possibilidade de uma federação com o PSB.
Para o Senado, os dois nomes mais cogitados nas correntes internas do PT são de Célia Tavares, que já concorreu ao Senado e à Prefeitura de Cariacica, e Reinaldo Centoducatte, ex-reitor da Universidade Federal Espírito Santo (Ufes) e ex-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
A chapa para a Câmara Federal tem como certo o nome do deputado Helder Salomão (reeleição); da Jackeline Rocha, presidente estadual do partido; do petista histórico Perly Cipriano; e do “novato” Rafael Primo, ex-candidato a prefeito de Vila Velha em 2020, pela Rede, com o apoio do senador Contarato, então no mesmo partido. E ainda o ex-deputado estadual Genivaldo Lievori e a militante Nilde Bispo.
São nomes que circulam nos bastidores, que podem ser confirmados ou deslocados para outros cargos.
Já para a Assembleia Legislativa, são relacionados a deputada estadual Iriny Lopes (reeleição); o ex-prefeito de Vitória e ex-deputado federal João Coser; o professor Roberto Carlos; o vereador de Cariacica, André Lopes; e o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Júlio Cézar Mendel.
O Diretório Estadual do PT optou por formalizar a pré-candidatura em um evento restrito, transmitido em rede social, com um único tema na pauta, “lançamento da pré-candidatura de Contarato”, com transmissão nas redes. “Acompanhe ao vivo, a partir das 18h, e vamos juntos com o PT avançar na luta pela democracia, por um Brasil melhor e um Espírito Santo forte para todos e todas”, diz o convite.