Trabalhadores só retornarão às atividades após empresas dialogarem sobre pautas travadas
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Serviços Similares no Espírito Santo (Sindilimpe-ES) anunciou a paralisação dos serviços de limpeza pública em Vitória e Serra, na região metropolitana, e em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado. Sem diálogo com as empresas, a categoria cobra que pautas urgentes, como alimentos servidos em más condições, sejam atendidas. “Dignidade ou greve”, diz nota publicada nas redes sociais.
Nos municípios de Vitória e Serra, as reivindicações envolvem temas como o pagamento do adicional de periculosidade para jardineiros, operadores de roçadeira, e profissionais que atuam na capina e poda de árvores. Também está em pauta o pagamento do tíquete-alimentação em caso de afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o direito a um plano de saúde integral com cirurgia e internação para os funcionários.
Em Vitória, a paralisação é feita por trabalhadores das empresas Vital e Emec. Na Serra, por funcionários da Emec, Agrovix e Corpus, que também é alvo das reivindicações em Cachoeiro de Itapemirim. As atividades, segundo os trabalhadores, só serão retomadas quando as empresas se propuserem a conversar. “O que a gente quer é dialogar”, aponta a secretária de assuntos jurídicos do Sindilimpe, Madalena Garcia.
Ela afirma que o sindicato já havia tentado apresentar as reivindicações às empresas, mas não houve diálogo, mesmo com o vencimento da data-base em janeiro. “Os trabalhadores já não aguentam mais. A gente vem tentando reunião com o sindicato patronal e não consegue. São poucas as empresas que conseguimos dialogar”, aponta.
Em Cachoeiro de Itapemirim, além das pautas já citadas, os trabalhadores cobram equiparação salarial com a Grande Vitória. “A mesma empresa que está lá, está aqui. Os mesmos trabalhadores, as mesmas funções. Não tem diferença. Então por que ficar nessa situação de não pagar o que é justo?”, questiona.
Outro ponto problemático é o café da manhã dos trabalhadores. De acordo com a convenção coletiva, o pagamento poderia ser feito por meio do repasse do valor do lanche no tíquete, ou pela entrega dos alimentos in natura, como é feito até então. No entanto, funcionários têm denunciado a distribuição de alimentos em más condições.
O sindicato cobra que o café da manhã seja pago diretamente no tíquete, no valor de R$ 7 por dia. “O que eles recebem agora é pão velho, margarina da pior espécie, fruta que por dentro está estragada. Pegar um lanche desse é uma falta de respeito. Economiza de um lado e estraga a saúde do trabalhador de outro”, enfatiza Madalena.
Em Vitória e Cachoeiro de Itapemirim, desde a manhã desta segunda-feira (21), todos os serviços como coleta de lixo, jardinagem e poda estão paralisados, com exceção da coleta de lixo hospitalar. Já na Serra, parte dos serviços de limpeza urbana foi mantido.
Paralisação na Vale
Em dezembro, o Sindilimpe-ES também realizou manifestações para garantir direitos de trabalhadores em asseio e conservação que atuam na Vale. Entre as pautas, estavam a manutenção do transporte fornecido pelas empresas, sem custo aos trabalhadores, o pagamento de tíquete alimentação durante o gozo das férias e o pagamento do 13ª tíquete-alimentação.
Após uma semana de manifestações na portaria da empresa, o ato foi suspenso para aguardar uma nova mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT).