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Servidores de segurança cobram na Assembleia acordo sobre reposição salarial

Capitão da PM Guilherme Thompson, presidente da Aspomires, diz que o reajuste já sai corroído pela inflação

A frase “Não cumpriu” afixada no dia 2 deste mês em outdoors colocados em vias da Grande Vitória, endereçada ao governador Renato Casagrande (PSB) por conta da reposição salarial com índices abaixo da inflação, será o tom da fala de representantes de entidades da área de segurança pública, que nesta quarta-feira (23) ocuparão a tribuna da Assembleia Legislativa para reivindicar o “o cumprimento do acordo com os policiais civis, policiais militares e bombeiros militares”.


A iniciativa, liderada pela Frente de Valorização Salarial (FUVS), é parte de ações definidas em assembleia geral permanente, e ocorre dois dias após a aprovação do pacote de reajuste dos servidores pelos deputados estaduais, no momento em que o governo anuncia que, como o reajuste foi aprovado após o fechamento da folha de pessoal, “não será possível concedê-lo neste mês. Contudo, o pagamento será feito em março, com valores retroativos a fevereiro”.

O comunicado, divulgado nesta terça-feira (22) pela Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), aumentou o nível de descontentamento entre os servidores, segundo a FUVS, que divulgou uma convocação aos policiais civis, militares e bombeiros para o ato desta quarta-feira na Assembleia Legislativa, partir das 9 horas. Essa mobilização substitui protesto público marcado para o espaço em frente ao Palácio da Fonte Grande, no Centro.

“Nossa insatisfação se dá em relação ao pacto assinado com o governo em 2020, estabelecendo que a reposição seria com base na inflação do período, que é de cerca de 16%”, comenta o capitão da reserva da PM Guilherme Thompson, presidente da Associação dos Militares da Reserva, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas (Aspomires).

O militar afirma que o salário, mesmo como reajuste de cerca de 10%, “já chega com defasagem histórica, corroído pela inflação”, e destaca: “O acordo que assinamos com o governo em 2020 nos foi imposto, porque nós tínhamos outra proposta, que foi rejeitada e decidimos aceitar. Então, é contraditório que o governo não cumpra o acordo imposto por ele próprio”.

O capitão chama atenção, também, para o “tratamento desigual com algumas categorias, que irão receber um reajuste bem acima do que foi colocado”. Esse fato foi levantado na sessão de aprovação do projeto de reajuste pelo deputado Sergio Majeski (PSB) como prejudicial à base da pirâmide, que ganha salários mais baixos.

O presidente da Aspomires ressalta a boa situação financeira do Estado como condição favorável para dar um reajuste baseado na inflação. “Seria uma intransigência nossa exigir o cumprimento do acordo se o Estado estivesse em situação precária. Mas a situação é tranquila e existe uma poupança gorda que o governo faz questão de alardear”.

Na convocação divulgada para as categorias de servidores das instituições que a compõem, a FUVS diz que “os percentuais não atendem às demandas da categoria e não cumprem os parâmetros impostos pelo próprio Governo, importando em descumprimento do acordo pactuado em 2020”.

O manifesto/convite conclui: “os diretores das entidades que compõem a Frente Unificada de Valorização Salarial (FUVS) realizarão uma mobilização política institucional com foco na continuidade do processo de valorização salarial e cumprimento integral das obrigações pelo governo do Estado para com o servidor da segurança pública”.

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