sexta-feira, novembro 22, 2024
24.9 C
Vitória
sexta-feira, novembro 22, 2024
sexta-feira, novembro 22, 2024

Leia Também:

Governo Federal coloca parte dos Galpões do IBC à venda

Sem diálogo com a sociedade, Ministério da Economia autorizou privatização de setor que não foi cedido ao Ifes

A Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, ligada ao Ministério da Economia, autorizou a venda 6,5 mil metros quadrados dos Galpões do IBC, em Jardim da Penha, Vitória, referente à parte que não foi cedida ao Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), como resultado do acordo conseguido após pressão da sociedade civil e de parlamentares para que o imóvel histórico, em área de 33 mil metros, não fosse privatizado dentro do grande pacote de desestatização do governo federal.

Um freio para o processo de venda ocorreu com o tombamento parcial do imóvel pelo Conselho Estadual de Cultura em novembro de 2020, que afastou a possibilidade de venda, já que impede a demolição das construções, afetando o interesse imobiliário, que girava em torno da construção de torres de edifícios no local, que possui um dos metros quadrados mais valorizados da capital do Espírito Santo.

Assim como no anúncio anterior de venda total do imóvel, o leilão agora parcial, surpreendeu a muitos, tendo sido decretado no último dia 3 de março, logo após o feriado da Quarta-Feira de Cinzas. “O mesmo processo que aconteceu lá atrás ocorre agora. A população não foi escutada e sequer deram ouvidos e prestaram atenção nas manifestações populares e das entidades de classe registradas nesse tempo todo”, critica Otávio de Castro, conselheiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Espírito Santo (IAB-ES), uma das entidades que entraram com o pedido de tombamento do imóvel por seu valor histórico, cultural e arquitetônico.

Registro do evento de entrega simbólica das chaves do IBC ao Ifes pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU). Foto: Leonardo Lopes/ Ifes

Segundo ele, a entidade continua defendendo a destinação do espaço para o bem público, se opondo à demolição, que estaria em desacordo com o processo de tombamento em curso, fruto do pedido de 15 entidades da sociedade civil. Enquanto está em análise, ficam proibidas alterações que descaracterizem o imóvel. Por fim, o tombamento definitivo pode ser confirmado ou revertido pelo Conselho Estadual de Cultura.

Depois da forte reação da sociedade contrária ao leilão do local anunciado em 2020 e uma série de articulações que contaram com atuação de parlamentares, especialmente da senadora Rose de Freitas (MDB), foi conseguido que o governo federal cedesse o uso do espaço para o Ifes, que deve implantar ali seu Centro de Inovações, com uma série de projetos e parceiras com outros órgãos, além do funcionamento da reitoria e outros espaços administrativos, para os quais o instituto hoje paga aluguel pelas instalações.

Já sob posse do Ifes, os galpões receberam seu primeiro evento em dezembro do ano passado, com a realização do Encontro das Pretas, organizado pelo Instituto das Pretas, evidenciando as possibilidades de uso público e cultural do local.

Mais Lidas