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O labirinto de Soraya

Guerra interna no PTB coloca deputada federal de volta à corda bamba das definições partidárias

Marina Ramos/Agência Câmara

A vida partidária da deputada federal Soraya Manato, candidata à reeleição, definitivamente, não está fácil. No PSL (novo União Brasil) até hoje apenas no aguardo da atual janela para troca de legendas sem perder o mandato, já que este deixou de ser abrigo de Jair Bolsonaro e, por aqui, saiu das mãos do seu grupo político para se alinhar ao governador Renato Casagrande (PSB), ela primeiro fez de tudo e mais um pouco para se filiar ao PL atrás do presidente da República, em movimentos casados com seu marido, Carlos Manato, candidato ao governo. As investidas ficaram travadas durante meses, com o ex-senador Magno Malta forçando o pé na porta. Soraya, então, se rendeu ao PTB, único aliado, por ora, da chapa local do PL. Anunciou sua decisão em janeiro, mas a data da assinatura ficou em aberto – o prazo é até o dia 1º de abril. Nesse meio tempo, o jogo virou para Carlos Manato, que assinou a ficha no PL, sem alterar, no entanto, o destino da deputada. Aí, veio a reviravolta inesperada! O PTB, campo principalmente de bolsonaristas, como Tenente Assis, nesta semana virou o “déjà vu” do PSL no Espírito Santo. Uma guerra interna da Nacional resultou na mudança do comando do partido capixaba, colocando o deputado estadual Adilson Espindula, aliado de Casagrande, na presidência. Os ex-ocupantes dos cargos reagiram, acusaram de fake news, mas o impasse está instalado. Ou seja, o tempo fechou novamente para Soraya, que, tudo indica, terá que acionar o plano de emergência…e rápido!

Burburinhos
O ex-presidente da Executiva do PTB, o empresário Bruno Lourenço, já esteve em Brasília e avisou que acionará a Justiça. O cenário, seja qual for, porém, gera instabilidade para Soraya. Tenente Assis, que também disputará a Câmara dos Deputados, ficará na mesma. O militar atua ao lado de Lourenço e também passou por lá esses dias.

Trio
Aliás, não só eles. Nessa terça-feira (8), Manato e Magno Malta participaram de um encontro convocado por Bolsonaro com os evangélicos, que por aqui estão em divisões entre esse bloco e o de Casagrande. Nas redes, postou na sequência foto dos três, com a legenda: “o trio está formado”. Perguntinha: se o conflito no PTB não se resolver, qual partido irá sobrar para somar nesse palanque?

Enquanto isso…
…Adilson Espindula nada diz publicamente e circula pelo Estado ao lado do governador, em solenidades e inaugurações.

Bandeira eleitoral
Ainda sobre Manato, ele não perdeu tempo e gravou vídeo para destacar a proibição da exigência do passaporte sanitário em Vitória, medida assinada pelo prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), contrariando o governo do Estado. O passaporte, como se sabe, é uma das apostas dos bolsonaristas contra Casagrande.

Bandeira eleitoral II
Depois da tentativa fracassada na Assembleia Legislativa, o grupo começou a criar estratégias nas câmaras para derrubar a obrigação, com votações acompanhadas de seguidores do presidente e do bloco de deputados da oposição – Capitão Assumção (PL), Torino Marques (PSL), Danilo Bahiense (PL) e Carlos Von (Avante).

Bandeira eleitoral III
Em Vitória, como não poderia deixar de ser, a missão coube ao vereador Gilvan da Federal (Patriota). E deu certo. Em outras câmaras, como a Serra, acabou até em conflito. Com o aval da Pazolini, a tendência, agora, é essa articulação se ampliar.

Quem dá mais?
O assunto, obviamente, também foi exaltado nas redes sociais pelo correligionário de Pazolini e candidato ao governo, o presidente da Assembleia, Erick Musso. A dupla segue em plena campanha eleitoral.

Estado ‘laico’
A propósito, na disputa pelos votos dos evangélicos, Erick realizou culto dentro da Assembleia e saiu daí um produto de divulgação do seu programa criado paras as eleições, o “Diálogo e Poder”. Ao lado dele, o ex-deputado Esmael Almeida, conhecido por abocanhar eleitores nessa área e acomodado em cargo comissionado no legislativo estadual desde o ano passado.

Projeto
O deputado estadual Emilio Mameri (PSDB) é o mais novo integrante do Movimento Livres, que se apresenta como “suprapartidário” e se originou de insatisfação no PSL após a entrada de Bolsonaro, então pré-candidato à Presidência. Mameri, que está no primeiro mandato e tentará a reeleição, diz que a “marca do movimento, a moderação e a abertura do diálogo, sempre foram os pilares de sua atuação política”. Então, tá, então…

Nas redes
“O ES foi o primeiro a congelar ICMS dos combustíveis (16 set/21), mas os preços não param de subir. O reajuste, hoje [quinta, 9], de 18,7% na gasolina e 24,9% no diesel mostra a necessidade de mudar a política de paridade internacional que protege os acionistas, mas está prejudicando a população”. Renato Casagrande, governador do Estado.

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