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Boia de salvação

MDB entra nas cotações para abrigar família Ferraço, o que pode colocar gás na empreitada de Rose de Freitas

Leonardo Sá

A rebelião no novo União Brasil, decorrente do avanço da candidatura do deputado federal Felipe Rigoni ao governo e, também, da mudança no controle do partido no Estado, tirando-o das mãos da família Ferraço, pode ser a boia de salvação do esvaziado e problemático MDB capixaba. Isso porque a legenda, presidida pela senadora Rose de Freitas, aparece no leque de partidos das conversas abertas pelo grupo como possível destino para troca partidária, que envolvem não só o ex-senador Ricardo Ferraço, o deputado estadual Theodorico e a deputada federal Normal Ayub, mas também os outros parlamentares com mandato que passaram a integrar a sigla após a fusão do PSL e DEM. No caso dos Ferraço, fortalece a empreitada de Rose, que tenta de todo jeito ocupar lugar de destaque na composição eleitoral do governador Renato Casagrande (PSB) e representar a candidatura ao Senado da chapa, vaga disputadíssima entre legendas que integram a base. Embora Theodorico e Norma, ambos candidatos à reeleição, atuem hoje com distanciamento do governador, o casal deixa o campo livre para Ricardo Ferraço, que, pelo contrário, é chegado ao socialista e, na presidência do União Brasil, sinalizava fechar apoio a ele na corrida ao Palácio Anchieta. O ex-senador, inclusive, também já foi apontado como forte candidato à cadeira de vice, mas sempre desconversa, desconversa, deixando em aberto seu papel nas eleições deste ano. Para refrescar a memória: o MDB hoje só tem Hércules Silveira na Assembleia, que até outro dia cogitava sair, e corre o risco de perder a cadeira de Rose no Senado, já que a disputa se desenha acirrada. Se a articulação com os Ferraço vingar, o partido, hoje à míngua, ganha bônus no jogo.

Quem dá mais?
Dr. Hércules chegou indicar filiação ao União Brasil, mas com as movimentações de Rigoni, passou a integrar o grupo de dissidentes que estão em busca de outro partido, podendo migrar em bloco, a depender das ofertas e acordos. Além de Theodorico, falo dos deputados Torino Marques, Alexandre Quintino e José Esmeraldo. Eles já se reuniram com o PDT, de Sérgio Vidigal, e têm encontro marcado com o PSD, de Neucimar Fraga.

Quem dá mais II?
As costuras, porém, não são simples, pois envolvem as condições das chapas já montadas para deputados federal e estadual – o MDB não tem esse problema – e o palanque ao governo do Estado, que são antagônicos entre parlamentares do próprio grupo. Quintino e Esmeraldo são aliados de Casagrande e Torino Marques oposição, ligado a Carlos Manato (PL). Já Theodorico se diz independente e não se posiciona oficialmente nesse sentido. Até porque, como dito ali em cima, tem os interesses do filho…

Sem chance
No MDB, a porta se fecha para José Esmeraldo, que foi expulso da legenda após sucessivos capítulos da briga interna instalada há anos entre os grupos dos ex-deputados federais Lelo Coimbra e Marcelino Fraga. Ele se filiou recentemente ao União Brasil e já deu de cara com mais esse problema. Esmeraldo é aliado de Casagrande, portanto, não subirá ao palanque de Rigoni.

Amarrados
O caso de Torino seria o mesmo. Mas, aí, não se sabe quais condições podem sair nas negociações. No União, o grupo chegou a propor liberdade para cada um apoiar seu candidato na disputa ao governo, mas Rigoni não aceitou.

‘Trapalhada’
Agora, cá entre nós, que articulação atravessada essa de Rigoni, hein?! Saiu de uma condição com vários quadros, para ficar sem ninguém. Se não tiver recuo ou plano B, com quem irá erguer seu palanque?

Certo?
Enquanto por aqui o superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, ainda despista sobre sua entrada no PSD, na imprensa nacional o ato já é dado como certo. A coluna Painel, da Folha de S.Paulo, crava que ele aceitou o convite do presidente nacional, Gilberto Kassab, no projeto de pavimentar a candidatura ao governo.

Certo II?
Um dos “pupilos” do ex-governador Paulo Hartung, assediado por Kassab há muito tempo, Ricas contaria com ele nos planos para outubro. PH, como se sabe, é cotado ao Senado. Mas a chance dessa chapa sair segue com algumas desconfianças do mercado.

Definição
Convidado a se retirar do PL desde o ano passado, por dirigentes do diretório da Serra, devido ao alinhamento com o governo Casagrande, o deputado estadual Alexandre Xambinho deve ser filiar ao PTC. O anúncio, como circula nos bastidores, será feito na próxima semana, ainda na janela partidária. Xambinho tentará a reeleição.

Durou pouco
Assim, será o fim da breve passagem do deputado pelo PL, do ex-senador Magno Malta. Xambinho foi eleito pela Rede e entrou no partido em 2020, para disputar a Prefeitura da Serra, mas saiu derrotado. No mandato atua junto com a base do governo, o que despertou a ira de correligionários bolsonaristas.

Nas redes
“Para quem me acompanha aqui e não sabe: sou a primeira reitora eleita na Ufes, mas devido à violência política que impera em nosso país contra mulheres, não fui nomeada. Ontem [terça, 15] a vice-governadora [Jacqueline Moraes, PSB] relembrou esse ataque à democracia (…)”. Ethel Maciel, professora da Ufes e epidemiologista.

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