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Efeitos imediatos

Operação da PF era tudo que os adversários de Casagrande precisavam, a esta – e qualquer – altura do processo eleitoral

Leonardo Sá

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (17) contra o subsecretário de Infraestrutura Rural, Rodrigo Vaccari, da Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), resultado da investigação aberta ainda em 2020, início da pandemia, sobre compra de álcool em gel superfaturado, era tudo que os adversários do governador Renato Casagrande (PSB) precisavam, a esta – e qualquer – altura do processo eleitoral. Assim, pipocam vídeos para todo lado nas redes sociais contra a gestão estadual. Explorada na época por bolsonaristas, inclusive no plenário da Assembleia Legislativa, Carlos Manato (PL), obviamente, não deixou a operação passar em branco, assim como seus aliados. Fizeram o mesmo lideranças ligadas ao Republicanos, partido do presidente da Assembleia, Erick Musso, também candidato ao Palácio Anchieta, que preferiu, porém, se manter fora do assunto. A investigação, que revelou recebimento de propina de R$ 800 mil pelo servidor comissionado, embora não aponte envolvimento de outros gestores, sem dúvida, estará no topo das prioridades de adversários para desgastar a imagem do governador na campanha eleitoral deste ano. Com os detalhes a mais de Vaccari ser filiado ao PSB, aparecer como candidato à Assembleia Legislativa, e ter ligações com o secretário de Agricultura, Paulo Foletto, também do partido, há mais de 15 anos. Para além desses efeitos imediatos, resta saber: o caso terá tempo de se desdobrar até lá, no âmbito judicial? Casagrande ficará fora dos respingos? O que Vaccari tem a dizer? Como as acusações serão recebidas para fora do mercado político? Os capítulos certamente se estenderão e…prometem!

Efeitos imediatos II
Na Assembleia Legislativa, entre ataques e defesas, a operação não escapará dos discursos na próxima semana. A conferir!

Nova rodada?
Em 2020, a Frente Parlamentar de Fiscalização das Despesas para o Combate ao Coronavírus, da Assembleia, apontou “indícios de superfaturamento” na compra do álcool em gel e encaminhou denúncia ao Ministério Público de Contas. Depois, houve uma tentativa de convocar os secretários Nésio Fernandes, da Saúde, e Álvaro Duboc, de Planejamento – hoje de Governo. Mas o pedido não obteve voto da maioria do plenário. Agora, veremos…

Ecos
Embora a investigação já venha de antes, foram inevitáveis, nesta quinta-feira, os ecos de bastidores sobre a operação ter sido deflagrada na esteira do anúncio de candidatura ao governo do superintendente da PF no Estado, delegado Eugênio Ricas, em alinhamento a Paulo Hartung. Depois de muito negar, Ricas se colocou no jogo e deve oficializar em breve sua filiação ao PSD.

Delegado lá, delegado cá
Também não passou batido a assinatura de Álvaro Duboc na nota oficial do governo divulgada após o início da operação: delegado federal aposentado. Veio antes do cargo de secretário, inclusive, e passou longe do padrão. Não foi à toa.

Posição
Casagrande se manifestou desta forma nas redes sociais: “A gestão da pandemia no ES sempre foi acompanhada pelos órgãos de controle e foi classificada como a mais transparente do Brasil. A operação deflagrada pela Policia Federal, que investiga compra de álcool gel, dará ao servidor envolvido a oportunidade de esclarecer os fatos”.

À moda PH
Voltando ao ex-governador, nessa quarta-feira (16), o presidente do PSD Nacional, Gilberto Kassab, voltou a citá-lo na imprensa nacional como Plano B para o palanque presidencial do partido, caso não vingue o projeto do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. PH, que vinha nos últimos tempos sendo exaltado numa disputa ao Senado, segue, assim, aparecendo em tudo e mais um pouco.

Assumiu a dupla
O ex-senador Magno Malta, enfim, foi a campo ao lado de Carlos Manato cumprir agendas de campanha eleitoral pelo interior. Os dois formam a chapa do PL para o Senado e Governo, respectivamente.

Nem ‘tchum’
Antes mesmo de Manato conseguir se filiar ao PL, ele e Magno já eram vendidos como o palanque do presidente Jair Bolsonaro no Espírito Santo, mas o ex-senador, dono partido aqui, não circulava com Manato, nem o colocava em suas redes sociais, espaço em que está presente todos os dias.


Sem Xambinho
O presidente estadual do PTC, Adriano Rocha, negou a informação divulgada aqui na coluna passada, de que o deputado estadual Alexandre Xambinho, convidado a se retirar do PL, se filiaria à legenda. Ele disse que o compromisso firmado com a Nacional para a disputa à Assembleia Legislativa, na formação de chapa, é não ter nenhum candidato com mandato, como é o caso de Xambinho. No cenário da Câmara Federal, sim, está liberado.

Nas redes
“Que absurdo! Se um vereador agride uma colega vereadora sabendo que a sessão da câmara de Baixo Guandu estava sendo filmada, imagina o que aquela gente não faz quando está às escondidas!”. Ex-prefeito Neto Barros (PCdoB) sobre a interrupção e ofensa de Eliseu Siqueira (PSD) à vereadora Sueli Teodoro (PCdoB), mostrada em vídeo que circula nas redes sociais.

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