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O ‘X’ do Senado

Proposta que reuniria na mesma chapa Erick e Hartung causa “fuzuê” nos bastidores e acaba com vídeo de Meneguelli

Tati Belling/Ales

Uma viagem a Brasília nesta terça-feira (22) causou “fuzuê” no mercado político. Os comentários davam conta de uma proposta para ser debatida com a presença do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, que teria o objetivo de convencer o ex-prefeito de Colatina (noroeste do Estado) Sérgio Meneguelli a recuar da candidatura ao Senado, liberando espaço na chapa do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, para o ex-governador Paulo Hartung (sem partido), que circula há meses movimentando as peças das eleições de 2022. Na proposta, Meneguelli desceria para a disputa de deputado estadual e Hartung se filiaria, como vem sinalizando, ao PSD. O “combo” colocaria peso na candidatura de Erick, que apesar de comandar o legislativo estadual, não tem inserção em municípios capixabas, principalmente fora do eixo metropolitano, dependendo ainda de conseguir emplacar seu nome para garantir o palanque. Problema nem de longe enfrentado por Hartung, figura batida no Espírito Santo – para o bem e para o mal, é bom que se registre! Erick e o ex-governador são aliados há anos e Meneguelli também sempre estendeu tapete para PH. Sobre a disputa de outubro, porém, negou inúmeras vezes a possibilidade de não disputar o Senado, mesmo considerando a Câmara Federal. Essa máxima foi reiterada por ele após o encontro em Brasília. Meneguelli espalhou vídeo ao lado de Marcos Pereira, na tentativa de afastar qualquer alteração no cenário: “minha pré-candidatura tem apoio de todo o partido e do presidente”, ressaltou, recebendo, no embalo, a seguinte frase de Pereira: “Vocês terão um grande senador!”. Apesar do desfecho público, a proposta segue nas rodas de conversas, acendendo um alerta, ou melhor holofote, no campo de oposição ao governador Renato Casagrande (PSB).

‘Bonde’
A comitiva do Republicanos em Brasília contou com Erick; Meneguelli; o deputado federal Amaro Neto; o vereador de Vila Velha Devanir Ferreira; o presidente estadual da legenda, Roberto Carneiro; e o apadrinhado de Theodorico Ferraço (União) em Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), Diego Libardi, derrotado nas eleições de 2020.

Sem cravar
Amaro Neto, só para lembrar, foi anunciado como provável candidato ao Senado junto com Meneguelli, no evento de lançamento do nome de Erick em Vitória, com a presença de Marcos Pereira, ainda em 2021. Mas não abraçou a empreitada hora nenhuma, deixando a peteca com o ex-prefeito. O deputado federal deve tentar a reeleição.

Pulou do barco
Também por Brasília, a ex-deputada estadual Luzia Toledo. Há anos no MDB, ela se filiaria ao Republicanos para tentar retornar à Assembleia, após a derrota de 2018. Luzia, hoje, está acomodada na gestão de Lorenzo Pazolini, do mesmo partido, no cargo de diretora de Turismo da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTVI).

Escanteio
O plano da chapa majoritária Erick-PH engoliria os projetos do seu antigo aliado, o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (ainda no MDB), e do seu pupilo, o superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas. A poucos dias do prazo das definições partidárias do pleito, Guerino segue sem partido, enquanto Ricas espera entrar no PSD, incentivado por Hartung, mas ainda esbarra em barreiras.

‘Se’…
No quesito engolir os aliados, não seria a última nem a primeira vez. Assim como também não, se essas movimentações intensas de Hartung não resultarem em candidatura nenhuma dele. O ex-governador é mestre em confundir o mercado e já fez vários movimentos e declarações dúbias este ano, enquanto segura, desta forma, as demais articulações. O mais seguro é sempre manter um pé atrás.

Leque
Do ano passado pra cá, Hartung já apareceu como possível candidato a presidente da República, vice-presidente e Senado, além de sempre figurar na imprensa como um dos principais incentivadores da terceira via, contra Bolsonaro e Lula. Também já falou claramente em entrevistas que encerrou seu ciclo, negando qualquer palanque. Mas não para, emitindo recados para todos os lados.

De volta ao ninho
O deputado estadual Sergio Majeski confirmou, nesta terça-feira, sua saída do PSB e retorno ao PSDB, como já era ventilado no mercado político há meses. Ele gravou um vídeo explicando a decisão, mas não cravou seu projeto eleitoral deste ano. Majeski, já há algum tempo, manifesta desejo de alçar novos voos – tanto governo quanto Congresso Nacional.

Não andou
Mais uma vez, os bolsonaristas não tiveram êxito em render, na Assembleia Legislativa, a investigação sobre a compra superfaturada de álcool em gel na pandemia. Requerimento de Carlos Von (Avante) apresentado nesta terça-feira, para convocação do secretário de Saúde, Nésio Fernandes, foi rejeitado em plenário.

Nas redes
“O MEC nesta gestão é um desastre. Primeiro, as polêmicas e confusões de Ricardo Vélez com pedido para cantar hino nacional e gravar estudantes, alterações nos livros didáticos, dentre outras. Depois veio o ministro que dançava na chuva, comia chocolate para falar de orçamento e atacava as universidades e institutos de pesquisa. E agora o pastor que prioriza verba para amigos, só tem agenda para os apoiadores do governo e pisa no Estado Laico. Uma vergonha que precisa acabar”. Ethel Maciel, professora da Ufes e epidemiologista.

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