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Capitão do Movimento Antifascismo articula candidatura às eleições

Capitão Sousa conversa com partidos políticos sem envolver o Movimento Antifascismo

Arquivo Pessoal

Por iniciativa própria, sem a chancela do Movimento Policiais Antifascismo, que é apartidário, o capitão da Polícia Milita do Espírito Santo Vinícius Sousa avalia a possibilidade de lançar-se candidato a deputado estadual nas eleições deste ano. Ele já articula sua filiação a partidos de esquerda, como o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Partido Comunista Brasileiro, Unidade Popular (UP) e Psol.

“Minha expectativa é de apresentar uma candidatura para denunciar o atual sistema político, que não serve ao povo, pois está a serviço de meia dúzia de bilionários; e denunciar o sistema capitalista que opera assaltando os recursos naturais dos países periféricos”, afirma Capitão Sousa, que responde a processos na corporação, por ter participado das manifestações contra a política do presidente Jair Bolsonaro, em 2021.

Sua decisão surge na esteira do III Congresso do Movimento Policiais Antifascismo, realizado de 23 a 25 deste mês em Natal, Rio Grande do Norte, com o tema “Por uma segurança pública democrática, antifascista e antirracista”. O capitão participou do evento, juntamente com outros policiais do Estado, entre eles a policial civil Maria Helena Vasconcelos, eleita membro da Coordenação Nacional que estará à frente do movimento nos próximos dois anos, formada por nove policiais.

A conversa com os partidos se justifica, segundo Sousa, no momento em que começam a surgir construção de candidaturas populares, oriundas da classe trabalhadora, condição que ele atribui aos policiais, rejeitando a figura de herói massificada na mídia, o que impede ações de cunho reivindicatório. 

“Precisamos mobiliar a classe trabalhadora a se levantar contra o permanente assalto à riqueza produzida por nós, e que está em favor desses bilionários parasitas que expropriam a riqueza e controlam a economia. Digo mobilizar no sentido da revolução brasileira, de uma República verdadeiramente livre, justa e solidária. Ou fazemos isso ou somos tolerantes à miséria. É dever de todo cidadão fazê-lo na medida de suas possibilidades”, argumenta.

Apesar dessa movimentação, ele ressalta o caráter apartidário do Movimento Policiais Antifascismo, posicionamento idêntico às decisões do Congresso de Natal, mesmo com a presença de lideranças de partidos políticos de vários estados e de representantes dos trabalhadores e de movimentos sociais. Sousa acolhe a decisão do congresso, no qual foram criados critérios que definem quem poderá se candidatar nos processos eleitorais usando o nome do Movimento, exigindo que esses policiais assinem o manifesto fundacional, dando publicidade a essa aquiescência.

Divulgação

Estiveram presentes ao evento, João Pedro Stédile, fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); a juíza federal Cláudia Maria Dadico, da Associação Juízes pela Democracia; Anísio Marinho Neto, procurador de Justiça; Tânia Oliveira, representantes da Associação Juristas pela Democracia; Juliano Medeiros, presidente Nacional do Psol, lideranças do PT e deputados estaduais. O sociólogo Jessé Souza e o economista Eduardo Moreira foram palestrantes.

Capitão Sousa participou das eleições municipais de 2020 em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, como vice da chapa do PT encabeçada por Joana D’Arck.

O militar responde a dois processos instaurados em dezembro do ano passado, cinco meses depois de ter participado de manifestações populares, como o “Fora Bolsonaro”. Ele defende que não cometeu nenhum ato de desrespeito à corporação e que não teme se manifestar contra a injustiça e a desigualdade social. 

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