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Fora do compasso

Enquanto Lula dá mais um passo na formalização de chapa com Alckmin, PT capixaba e Casagrande ainda vivem “um pote assim de mágoa”

Leonardo Sá

A previsão anunciada pelo ex-presidente Lula nesta terça-feira (5), de que o nome de Geraldo Alckmin (PSB) para vice em sua chapa poderá ser fechado ainda nesta semana, é mais um passo na formalização da aliança entre o PT e PSB, debatida desde o ano passado no campo nacional, com reflexos no Espírito Santo. Por aqui, no entanto, petistas e o governador Renato Casagrande ainda vivem “um pote assim de mágoa”. A situação, que já vinha marcada por movimentos distantes no decorrer dos meses, teve seu ápice na visita do ex-presidenciável do Podemos, Sergio Moro (agora no União Brasil), com trocas de críticas pesadas dos dois lados. A reação do PT foi lançar a candidatura ao governo do senador Fabiano Contarato. O tempo passou, e o avanço das conversas no campo nacional obrigou um certo pisar no freio no acirramento público, mas, na prática, segue cada um para um lado. Há uma semana, no congresso do PSB, que exaltou a reeleição de Casagrande, o PT não compareceu, limitando-se à publicação de uma pequena nota. O governador, por sua vez, segue evitando cravar apoio a Lula, uma condição para o PT não apresentar candidatura própria no Estado. Casagrande é defensor da terceira via e, sempre que pode, exalta o nome de Ciro Gomes (PDT). Além do mais, pretende reunir em seu palanque, mais uma vez, uma mistureba de partidos, no que denomina uma “frente ampla”. O imbróglio político entre petistas e Casagrande tem prazo para ser debatido pelas bandas de cá: exatamente este mês de abril. Mas também falta saber, ainda, o que vem de determinação de cima para baixo. Veremos!

Juntos
Nesta terça, Lula defendeu nas redes sociais a aliança com Alckmin, que já foi seu adversário pelo PSDB. O ex-governador de São Paulo migrou este ano para o PSB, já dentro do projeto debatido pelas nacionais dos dois partidos. “Eu mudei, o Alckmin mudou”, alegou, em mesmo tom já declarado pelo cotado à vice. A composição da chapa será tema de reunião nesta sexta-feira (8), o que poderá clarear o cenário por aqui também.

Mais do mesmo
O ex-governador Paulo Hartung (sem partido), como em outros carnavais – ops, eleições -, disparou sinais para todos os lados, se manteve na imprensa local e nacional, foi incensado a torto e a direito, e acabou do mesmo jeito de antes: sem filiação ao PSD e sem candidatura este ano.

Haja confete!
Na reta final do prazo, na última sexta (1), até uma articulação que o colocaria como candidato ao Senado e também postulante a um ministério rolaram nos bastidores. Antes, só para lembrar, Hartung já tinha sido alçado a presidente da República e vice. Mas, nem todos os confetes foram esgotados…

Haja confete II!
…PH continua atuando para formalização da terceira via, em especial no projeto do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite. Veremos o que sairá daí.

Atritos
A saída do deputado estadual Sergio Majeski do PSB estabeleceu embates no plenário da Assembleia. Na sessão terça-feira (5), ele e os parlamentares socialistas Bruno Lamas e Freitas trocaram ofensas em várias situações, com direito a deboches até sobre “esquecer de tomar calmante”. Majeski retornou para o PSDB e vai disputar a Câmara Federal, assim como Freitas.

Só vergonha
A Câmara de Vitória não para. Desta vez, a questão foi transfobia. Vereadores tentaram derrubar uma moção de aplauso a Deborah Sabará, mulher trans, ativista dos direitos humanos de referência no Espírito Santo e presidente da Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold). A autora da moção é Camila Valadão (Psol), que inclui ainda outras 38 mulheres. E teve mais…

Só vergonha II
…a professora e epidemiologista Ethel Maciel, respeitada nacionalmente, também teve sua moção de aplauso questionada, em especial, pelo presidente da Casa, vereador Davi Esmael (PSD), que alegou “posicionamentos rígidos quanto ao enfrentamento da pandemia do coronavírus”. Cada uma…

6 x 5
Votaram contra a moção André Brandino (PSC), Armandinho Fontoura (Podemos), Davi Esmael (PSD), Duda Brasil (PSL) e Gilvan da Federal (PL). A favor: Camila, Anderson Goggi (PP), Dalto Neves (PDT), Karla Coser (PT) e Luiz Paulo Amorim (Solidariedade). Leandro Piquet (Republicanos) primeiro se absteve, depois votou favorável. Já Aloísio Varejão (PSB), Luiz Emanuel (Cidadania) e Maurício Leite (Cidadania) não estavam presentes.

Nas redes
“Ultrapassamos 8 milhões de doses aplicadas da vacina contra a Covid-19 no povo capixaba. Resultado de muito trabalho, da aposta na ciência, da gestão da pandemia e da colaboração da nossa população. O trabalho não para, vamos vencer”. Renato Casagrande, governador do ES pelo PSB.

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