Jackeline Rocha defende união de Alckmin e Lula, oficializada nesta sexta-feira, mas afasta mudanças no cenário local
Como esperado, o PSB oficializou, nesta sexta-feira (8), a indicação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como vice-presidente da chapa de Lula na disputa à Presidência da República. O avanço na aliança no campo nacional, porém, ainda não acarreta em mudanças no cenário eleitoral do Estado. “A candidatura do PT e o palanque do Lula são do Fabiano Contarato”, reafirma a presidente da executiva estadual, Jackeline Rocha.
Ela afirma que o PT tem uma relação diplomática com o PSB, e que na militância do partido do governador Renato Casagrande, há pessoas que apoiam a candidatura de Lula, mas que ainda há resistência do gestor estadual em assumir o projeto prioritário do PT, o que é condição essencial para o recuo do palanque do senador. Jackeline recorda que o partido tem lançado candidaturas independentes nas duas últimas eleições e o objetivo é se manter assim.
Quanto ao cenário nacional, porém, ela se mostra otimista com a aliança entre PSB e PT. “É importante, mesmo com lideranças com trajetórias em campos diferentes, mas que defendem a democracia. Bolsonaro é ruim para as pessoas, para o meio ambiente, para os brasileiros. Todos que acreditam na democracia participativa precisam se unir para derrotar o bolsonarismo”, ressaltou.
Esse tom de união de forças foi o que prevaleceu na cerimônia de apresentação de Geraldo Alckmin, realizada em um hotel na capital paulista. A indicação vai ser analisada pelo PT e os outros partidos que irão compor a aliança com Lula, mas o clima, inclusive por parte do pré-candidato a presidente, foi de certeza da aprovação. Lula falou até em começar a construção do plano de governo após formalização da chapa.
As conversas entre o PSB e PT ocorrem desde o ano passado, mas sem consenso em alguns estados, como no Espírito Santo. Casagrande tem defendido apoio a mais de um presidenciável, como Ciro Gomes (PDT), que atua em rota de colisão com Lula. O mesmo ocorre com outros partidos no Estado, de campos antagônicos, que o governador pretende unir em uma “frente ampla” em torno de sua candidatura à reeleição.
As dificuldades fizeram com que o PSB Nacional desistisse de fazer parte da federação com o PT, embora tenha garantido apoio à candidatura presidencial de Lula. O restante do grupo, porém, se manteve, unindo PT, PV e PCdoB. Jackeline acredita que o voto de legenda do PT sempre foi importante e pode fortalecer a todos os candidatos na federação, que terá duração de pelo menos quatro anos.
A filiação de Contarato ao PT, após cumprir parte do seu mandato no Senado na Rede, ocorreu em 28 de janeiro, em cerimônia virtual. O lançamento da candidatura foi em fevereiro, após se acentuarem as divergências do partido com Casagrande no Estado, resultado da visita do ex-juiz Sergio Moro, então presidenciável pelo Podemos. O encontro entre os dois gerou troca de críticas pesadas, com repercussão também no campo nacional. O projeto de Moro naufragou recentemente, com sua filiação ao União Brasil.